segunda-feira, 23 de março de 2020

Se estivesse entre nós, o professor e folclorista Dante de Laytano completaria 112 anos

Dante era filho de José Laitano e Maria Arone, naturais de Morano Callabro, na Itália. Naceu em Porto Alegre no dia 23 de março de 1908. Quando iniciou a sua carreira literária passou a adotar a forma de Laytano (com "y") como seu sobrenome. Fez os seus primeiros estudos no Colégio Júlio de Castilhos, onde recebeu a influência de professores positivistas.

      Bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi nomeado juiz distrital e designado para a cidade de Torres, depois transferido para Sobradinho. Em Rio Pardo, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul e Quarai desempenhou a função de promotor público. Mais tarde foi consultor jurídico da Secretaria da Agricultura em Porto Alegre e chefe de Gabinete da Secretaria de Educação e Cultura.

      Como diretor do Museu Júlio de Castilhos, em 1954 redefiniu os objetivos da instituição, que passou a museu histórico, priorizando o folclore e o estudo das tradições. Na Faculdade Palestrina mantinha um curso de Especialização em Folclore, o único realizado nesta área. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do RS, do Conselho Estadual de Educação e do Conselho Estadual de Cultura, presidente da Academia Rio-Grandense de Letras, da Academia Brasileira de História, da Academia de Letras de Brasília, da Comissão Nacional do Folclore e da Comissão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco-Ibec) no Rio Grande do Sul, e governador do Lions Club. 

       Laytano foi o primeiro diretor-presidente do jornal Zero Hora e durante muitos anos colaborou como articulista. Grande incentivador do tradicionalismo gaúcho, organizou conferências e promoveu estudos sobre o tema. Foi um dos fundadores da Comissão Gaúcha de Folclore (CGF). Representou o Rio Grande do Sul em eventos científicos e acadêmicos no país e no exterior.


Suas principais obras:

Uma Mulher e Outras Fatalidades. Casa Editora de Autores Modernos, 1931
Sebastião Xavier do Amaral Sarmento Mena - Obras completas. Papelaria Velho, 1933
História da República Riograndense (1835 – 1845). Globo, 1936
As Congadas no Município de Osório. Textos Musicais e Versos coligidos por Enio Freitas e Castro. Associação Riograndense de Música, 1945
Açorianos e Alemães. Globo, 1948
Fazenda de criação de gado. Imprensa Oficial, 1950
A Estância Gaúcha. Ministério da Agricultura, 1952
Barão de Tramandai. Prefeitura Municipal de Tramandai, 1971
Torres, resumo de sua história de terra e mar. Prefeitura Municipal de Torres, 1978
Guia histórico de Rio Pardo. Prefeitura Municipal de Rio Pardo, 1979
Manual de fontes bibliográficas para o estudo da história geral do RS. UFRGS, 1979
Origem da Propriedade Privada no Rio Grande do Sul. EST/Martins Livreiro, 1983
Mar absoluto das memórias. EST/Martins Livreiro, 1986
Folclore do Rio Grande do Sul, Martins Livreiro, 1984
Arquipélago dos Açores. EST/Nova Dimensão, 1987