O culto à ressurreição reinterpretou os elementos da antiga mitologia pagã européia, que aos poucos foi se fixando e assimilando novos costumes oriundos de outras culturas.
Segundo pesquisadores o povo hebreu celebrou a primeira Páscoa no mundo no seculo XIII a.C. Para este povo a festa significava a liberdade do cativeiro no Egito, quando guiados por Moisés atravessaram o Mar Vermelho. Os objetivos desta festa uma das mais importantes do calendário hebreu, é o lembrar aquele importante momento que representa o marco inicial da saída do povo judeu em direção à Terra Prometida. A palavra vem do hebraico "Pessah" que significa Passagem.
Qual a relação entre Coelho e Ovos de Páscoa?
O ovo é símbolo da força vital, de nascimento, e entre os chineses era costume ofertar ovos desejando uma longa vida. Tanto o ovo como a lebre ou coelho são símbolos de fertilidade e nascimento mais antigos que o cristianismo.
Os antigos consideravam o ovo como a célula misteriosa que dá origem a todos os seres, logo o ovo simboliza a continuidade da vida através do nascimento. A lebre é simbolo de fartilidade, pela maneira rápida como se reproduz, era o animal sagrado da deusa Ostara (venerada como deusa da fertilidade), e assim foi incorporado aos costumes da Páscoa cristã.
Em todos os países católicos é costume na Páscoa a troca de ovos e coelhos de chocolate, de açúcar e de marzipã.
Na região de colonização alemã é costume pintar ovos de galinha e ofertar às crianças. Semanas antes da Páscoa, mães, avós e tias as escondidas fazem este trabalho. Em algumas regiões é costume pintar ou respingar com anilinas os animais domésticos, cães e gatos para que as crianças saibam que o coelhinho já está perto aprontando os ovinhos de Páscoa.
Ovos são decorados com recortes, papel crepom torcido em forma de rolinhos e colados nos mesmos, formando desenhos e combinando cores e muitos outros motivos que hábeis mãos das mães e avós produzem para alegrar as crianças.
No Rio Grande do Sul, estado povoado por diversas etnias, existe uma confluência de traços culturais, que se mesclam nestas comemorações.
Inúmeras crendices e superstições estão ligadas à Semana Santa e à Páscoa. Muitas prescrições e proibições são seguidas pelo povo.
Podemos citar algumas: como a Semana Santa é tempo de luto pela Paixão e morte de Jesus Cristo, é proibido tocar instrumento musical, cantar, assobiar e mais ainda dançar.
Na Sexta feira Santa, dia da morte de Cristo não se deve matar animal, carnear nem ordenhar as vacas. Não se deve comer carne ou ovos, que devem ser substituídos por peixe. Não se deve usar facas ou instrumentos cortantes ( o pão deve ser partido com a mão ou cortado na véspera), homens não devem barbear-se, mulheres não devem pentear os cabelos, os sinos das igrejas não devem ser repicados, somente se pode usar as matracas. Antigamente era costume fazer jejum e penitência nestes dias de luto.
É tradicional o costume de colher Macela (o povo diz marcela) na madrugada de sexta-feira antes do sol nascer. Segundo a tradição o chá feito com esta erva terá efeitos milagrosos em relação a males do estomago e intestinos.Esta tradição está ligada a uma lenda segundo a qual um surto de doenças e males atingiu Jerusalém na época da crucificação de Jesus. Na sexta-feira alguém colheu a erva e preparou uma infusão oferecendo a todos os doentes, que logo ficaram curados. Nada prova que foi a macela , mas a tradição popular perpetuou este costume.
Neste dia para se obter indulgências deve-se matar cobras e aranhas, lavar o rosto antes da Aleluia e virar as imagens de santos de frente para a parede ou cobri-las com pano roxo, desvirando-as ou descobrindo-as após a Aleluia.
O povo acredita que durante todo o ano o diabo fica preso aos pés de Deus, mas na Sexta feira santa ele está solto e é preciso ter-se muito cuidado para não cair em tentação e cometer pecados graves.
O tema é vasto é não se esgota neste texto, muito ainda poderia ser dito.....
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