A Comissão Nacional de Folclore foi criada no Rio de Janeiro com sede no Itamarati, representando uma das Comissões do Instituto Brasileiro da Educação, Ciência e Cultura - IBECC que é a Comissão Brasileira da UNESCO. A iniciativa foi de Renato de Almeida, diplomata, musicólogo, escritor, professor e diretor do Liceu Francês no Rio de Janeiro e sub secretário geral do IBECC.
Juntamente com alguns dos maiores intelectuais da época, como Graça Aranha, Ronald de Carvalho, Cecilia Meireles, Renato de Almeida iniciou os estudos e pesquisas sistemáticos de Folclore com a “dignidade que ele necessitava” segundo Dante de Laytano. (1) A seguir convocou outros estudiosos como Vila Lobos, Gustavo Barroso e muitos outros para as atividades de estudo, pesquisa e análise de fatos do folclore.
A Comissão Nacional promoveu encontros, seminários, congressos, semanas de folclore e editou livros, folhetos e material de divulgação das atividades no campo do folclore.
A Comissão Nacional de Folclore do Ministério de Relações Exteriores já que como Comissão do IBECC/UNESCO funcionava no Itamarati (e funcionou por muitos anos mesmo depois da inauguração de Brasília com a consequente mudança dos órgãos oficiais para a nova capital), evoluiu para outro órgão, a Campanha do Folclore Brasileiro e atuava em consonância com a Comissão Nacional e vieram a realizar um trabalho que permanece até os dias atuais.
Simultaneamente estes estudos foram divulgados em todo o país e a Comissão se multiplicou em muitos estados na forma de Comissões estaduais.
Histórico da Comissão Gaúcha de Folclore
Podemos dividir o histórico da Comissão Gaúcha de Folclore e, dois momentos ou fases: a primeira fase teve início em 23 de abril de 1948, e a segunda fase em 1992.
Em 1948 Comissão Nacional de Folclore voltou-se para a organização de grupos de intelectuais que se dispusessem a assumir e incentivar os estudos de Folclore em cada estado brasileiro, contatou estudiosos e foram sendo criados núcleos estaduais, organizações similares em nível estadual com o objetivo de incentivar os trabalhos de levantamento do folclore brasileiro.
Em sua formação inicial a CGF teve como membros 32 intelectuais de diversas áreas do conhecimento a seguir nominados: Adão Carrazoni, Aldo Obino, Athos Damasceno Ferreira, Darcy Azambuja, Elpídio Ferreira Paes, Ênio Freitas Castro, Érico Verissimo, Ernani de Carvalho Heffner, Fernando Corona, Guilhermino César, J.C. Paixão Côrtes, Henrich Bunse, Lothar Hessel, Luis Carlos Barbosa Lessa, Luis Carlos de Morais, Manoelito de Ornelas, Moysés Vellinho, Othelo Rosa, Tony Seitz Petzhold, Walter Spalding, Antonio Luz (Gravataí), Biaggio Tarantino (Rio Pardo), Ivo Caggiani (Santana do Livramento), José L. Freitas (Triunfo), Romeu Beltrão (Santa Maria), Celso Fiori (Passo Fundo), Tarcísio Taborda (Bagé) , Bruno Mendonça Lima (Pelotas), Mário Moraes (Cruz Alta), Umberto Feliciano de Carvalho (Uruguaiana), Plinio Saraiva (Taquari), e José Augusto Rodrigues (Santo Ângelo).
Durante os 50 anos seguintes, a Comissão Gaúcha de Folclore tendo à frente o incansável batalhador Dante de Laytano participou de inúmeros Congressos, Seminários, Semanas de Folclore, Cursos e seus membros proferiram conferências, palestras e publicaram mais dezenas de obras resultantes de pesquisas de campo e bibliográficas.
A CGF sempre foi órgão independente, e nunca recebeu verbas oficiais, sempre se manteve pela força de vontade e colaboração de seus membros. Funcionava na residência de seus membros especialmente na de Dante de Laytano.
Na década de 1980 houve um esvaziamento devido a idade avançada do presidente Dante de Laytano que por mais de 40 anos coordenou a Comissão, de outros membros que por falta de condições físicas foram se afastando.
Tem inicio a 2ª fase da CGF.
Tendo em vista este fato, a Comissão Nacional de Folclore, representada pelo então Vice-Presidente Prof. Bráulio Nascimento veio a Porto Alegre e em visita ao Prof. Dante, foi ajustado que haveria uma continuidade, agora sendo encarregada da reestruturação a Prof.ª Lilian Argentina Braga Marques, renomada folclorista gaúcha e que esta seria no momento a presidente-executiva para compor grupo de pesquisadores que passariam a integrar a Comissão Gaúcha de Folclore.
Aos 22 dias do mês de setembro de 1992, realizou-se a primeira reunião do novo grupo, composto pelos sócios-fundadores da 2ª fase: Presidente de Honra, o prof. Dante de Laytano; como Presidente Executiva, Lilian Argentina, como membros, José Roberto Diniz de Moraes, Harri Rodrigues Bellomo, Oliveira da Silveira, Moema Santos Morales, Cristina Rolim Wolffenbüttel, Paula Simon Ribeiro, Sonia Teresinha Siqueira Campos, Carmem Sousa Sousa, Estelita Aguiar Branco, Jorge Hirt Preiss, Lothar Hessel, Rose Marie Reis Garcia. Posteriormente tornaram-se membros efetivos Getúlio Xavier Osório e Aledir Brestot.
Para prestar homenagem permanente a intelectuais ligados ao folclore a CGF realizou sessões solenes para integrar como Membros Honorários João Carlos Paixão Côrtes, Luis Carlos Barbosa Lessa (estes remanescentes da 1ª fase), Hélio Moro Mariante, Antonio Augusto Fagundes, Ilka D´Almeida Santos Herrmann.
Com objetivo de ampliar os recursos humanos ligados ao estudo da cultura popular, e vieram integrar o quadro de associados estudiosos do interior do estado, formando assim um grupo de membros colaboradores: Maria Eunice Kautzman de Montenegro, Paulo Roberto Pedroso de Soledade, Osório Santana Figueiredo de São Gabriel, Lesia Cardoso de Santo Antonio da Patrulha, Célia Jachemet de Gravataí, Pedro Ari Veríssimo da Fonseca de Passo Fundo e Julio Ricardo Quevedo dos Santos de Santa Maria. Ao longo de sua existência a Comissão Gaúcha de Folclore tem recebido em seu quadro inúmeros outros estudiosos, que chegam através dos Cursos ministrados pelos associados e demais convidados.
Ao atuar em consonância com o Movimento tradicionalista Gaúcho, a CGF tem estreita ligação com o mesmo, tendo inclusive entre seus fundadores da 1ª fase, alguns dos fundadores do 35 CTG, que foi criado um dia após a fundação da CGF. São entidades co-irmãs que possuem muitos objetivos em comum.
A Comissão Gaúcha de Folclore participa de Congressos, Seminários, Mesas redondas em todo país, publica obras de seus associados possuindo acervo de diversos títulos.
Foi instituída pela CGF a Comenda Dante de Laytano para homenagear estudiosos do Folclore/Culturas Populares que já possuem trabalhos publicados e a Medalha Lilian Argentina Braga Marques que é oferecida a pessoas que se destacam em alguma área da cultura (não necessariamente em Folclore).
Muito poderia ser dito sobre a Comissão Gaúcha de Folclore, mas o espaço disponível não comporta uma história de 70 anos.
Ex-presidente, Ivo Benfatto e o atual presidente, Octávio Capuano |
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