Diversões no Rio Grande Antigo – Baile de Preto e baile de Branco - Parte IV
Além destes, havia os eventos pastoris, tais como correr eguada, marcação e castração. As classes mais simples sempre tinham como referência as classes mais abastadas. Com isso, os negros e peões imitavam e assimilavam as danças de seus patrões e as dançavam em seus próprios bailes, nos galpões das estâncias ou em ramadas específicas feitas para isso.
No interior de Vacaria-RS, especificamente na antiga Capela da Areia, na “costa” dos Rios Socorro e Pelotas, existiram dois salões de baile, um específico para pessoas de pele “branca” e outra para de pele “preta.” Os proprietários destes eram o casal Olímpia de Medeiros Branco da Silva e Francisco Olivério da Silva, bisavós do escritor.
Com relação a isso Eron Vaz Mattos, em seu livro Aqui, Memorial em olhos d’água, traz preciosas informações:
“Por esse tempo os bailes eram totalmente discriminatórios, ou melhor, branco não dançava em bailes de preto e vice-versa; somente os músicos podiam ser brancos ou pretos. Toda a pessoa que apresentasse qualquer característica, por mínima que fosse, imediatamente era apartada para um lado ou para outro.”
A recreação é necessidade universal. Um de seus maiores efeitos é a higiene mental. Constata-se que a gente do interior abomina a austeridade, combate a melancolia e põe de lado a solenidade. O tédio não encontra guarida na índole das pessoas de nosso estado, que amam a vida social e preza os divertimentos.
Final.
Fragmentos retirados do Livro Ensaios do Povo Gaúcho | Cristiano Silva Barbosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário