Torna-se cada vez maior nos meios educacionais as políticas de valorização da diversidade cultural e a inclusão de conteúdos sobre as culturas populares tradicionais como temas curriculares transversais.
Entendemos que a "oralidade e a escola" são conceitos cuja aproximação tem sido problemática uma vez que a escola historicamente se consolidou como um dos templos do saber fixado pela escrita, o saber letrado das camadas sociais. Essa escola rejeita a cultura oral, tradicional própria dos povos agrafos - aqueles que não tiveram necessidades ou oportunidades históricas do desenvolver ou do servir-se da escrita.
Ainda temos uma Escola padronizada, uma educação mais imposta pelas elites do que voltada para o saber popular. Nesta perspectiva nem sempre o saber popular é levado em consideração, ocasionando uma desqualificação da cultura popular e de seu valor enquanto instrumento e conteúdo a ser trabalhado na instituição escolar.
Há um choque cultural entre a Escola e a Comunidade, pois os conhecimentos transmitidos preservam a hegemonia da cultura erudita como norma geral de comportamento social, desconsiderando os saberes produzidos e preservados pela comunidade: possui modo de vida, valores, crenças e hábitos próprios.
Muitas escolas tratam tais manifestações, a identidade étnica, como conhecimento a ser sistematizado no transcorrer do currículo escolar de maneira superficial e em ocasiões comemorativas.
O valor educativo do folclore não tem sido suficientemente aproveitado pela escola. As razões disso parecem estar na falta de conhecimento dos educadores sobre o assunto. Conhecimento estes que os educadores deveriam receber de forma sistemática em seu curso de formação, pois o risco de dispor-se a educar crianças e adolescentes sem dispensar atenção à bagagem cultural tradicional que trazem da sua família, num ensino dissociado da vida real.
O Folclore é inerente a todas as camadas sociais, é vivenciado no cotidiano através da linguagem, vocábulos, ditos, gestos, alimentação, artesanato, brinquedos, brincadeiras, crendices, superstições, música, dança, etc. São aspectos básicos para o desenvolvimento da identidade regional que precisam ser resgatados e estudados pelo professor, com a finalidade de selecionar e adaptar como vai aplicar no processo de ensino aprendizagem.
A escola é o ambiente propício para a aprendizagem da cultura tradicional do seu meio e obtida das mais diversas formas de divulgação e expressão no campo de ação material e imaterial, e na complexidade de suas dimensões históricas, geográficas e sociais.
É preciso conscientizar os jovens da importância do conhecimento sobre nossas raízes e tradições, despertando o interesse em redescobrir e valorizar, tanto nas periferias, zonas rurais e urbanas, as belezas ancestrais guardadas na memória de nossos pais e avós.
Despertar no aluno o gosto pelas coisas da comunidade que habita, apego aos usos e costumes locais para melhor compreender o passado cultural e histórico de seu povo.
conhecimento atualmente é produzido longe das salas de aula, por pesquisadores, acadêmicos, livros didáticos e comissões oficiais de currículos, mas não é criada e recriada pelos estudantes e professores na sala de aula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário