Como elemento de cultura os jogos e brinquedos estão ligados a outros aspectos como religião, trabalho, mitos e ritos. Alguns autores consideram que os jogos são mais antigos que o trabalho e fonte principal da cultura (Huizinga, 1950). Outros veem nos jogos uma deformação ou falsificação de valores de cultura, destacando-se entre eles alguns etnólogos que admitem a origem religiosa dos jogos.
O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária exercida dentro de certos limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, acompanhadas de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana (Huizinga).
Um exemplo seriam os jogos de azar, cujas origens são ritos de precisão do futuro. Nos brinquedos também encontramos algumas dessas origens: o bilboquê que foi instrumento de magia; as cirandas foram danças de adoração de uma árvore (pau de fita).
Mas, também ocorre o inverso: o “papagaio” foi, como o arco e flecha, instrumento útil.
Muitos dos jogos infantis têm por origem atividades religiosas ou mágicas, conforme ensina Chateau. O tambor, entre os primitivos, tem função religiosa e mágica; o pião também; e o “papagaio” veio do Extremo Oriente onde representava a alma.
Muitos indígenas adoravam os guizos; a boneca já foi objeto de culto. Devemos levar em conta os aspectos histórico-culturais. Os mitos antigos eram dramatizados por meio de jogos de bola.
As crianças brincam porque têm excesso de energia, segundo Spencer. As crianças brincam para descarregar suas emoções de forma catártica (Freud e Erikson); Para Piaget, o brincar é um aspecto de todo o comportamento.
Nas brincadeiras infantis há predominância de alguns jogos sobre os outros em certas épocas do ano, assim como retorno de brinquedos que poderiam ser esquecidos. No dia a dia, a criança utiliza um repertório lúdico bastante significativo e variado, representado por formuletes, jogos, rodas, entre outros.
São muitas as brincadeiras do tempo dos avós e que hoje, devido à falta de espaço físico das residências e à violência, não deixam as crianças fazer suas brincadeiras na rua. O aparecimento de brinquedos eletrônicos, leva ao esquecimento dos brinquedos e dos jogos tradicionais.
Quanto mais a criança tiver oportunidade de desfrutar a riqueza e a liberdade da fantasia da brincadeira em todas suas formas e mais se processará o seu desenvolvimento.
Sugestão para leitura: “Psicologia do Jogo e aprendizagem Infantil”, de Nelson Rosamilha.
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