domingo, 29 de maio de 2016

Festas Juninas - Por Paula Simon Ribeiro

          As festas juninas são universais,  tão antigas quanto a humanidade e assumem características próprias nas comunidades onde são praticadas.

          Tem sua origem nos cultos agrários dos povos da antiguidade, que ao fim das colheitas reverenciavam seus deuses agradecendo os produtos da terra e pedindo novas safras abundantes.

          Muito antes do cristianismo, os povos primitivos acendiam fogueiras com as quais homenageavam a deusa Ferônia, cujos devotos eram os camponeses, em louvor a esta deusa pagã pessoas "de alma pura" caminhavam sobre as brasas da fogueira.

         Na Europa o ciclo junino coincide com o solstício de verão, período de termino das colheitas e de preparação da terra para novas plantações. Gregos e romanos homenageavam os deuses  agrários com fogueiras,  estes usos foram difundidos pelos legionários romanos chegando assim a Portugal.

          Recebemos esta tradição de nossos povoadores portugueses e em nosso país demos continuidade a mesma adaptando-a aos nossos usos e costumes e ao nosso calendário. Estas festas espalharam-se por todo o território brasileiro, algumas características se perderam com o tempo e outras foram modificadas e outras ainda acrescentadas.

          O ciclo junino ocorre de 13  a 29 de junho e traz em seu contexto herança de povos antigos e elementos de civilizações já desaparecidas. Com o advento do cristianismo a igreja católica cooptou para si as festas deste ciclo, os deuses pagãos foram substituídos pelos do  hagiológico católico romano surgiram lendas sobre os santos de junho e as comemorações fundiram-se adquirindo fisionomia própria .

          No RS as festas são menos expressivas, o aspecto religioso é privilegiado, em muitas comunidades no RS os santos do ciclo são homenageados com novena, missa, distribuição de pães, procissões (diurna, noturna e motorizada), fogos de artificio e fogueira. Quermesses com brincadeiras e provas como pau-de-sebo, leilões, jogos diversos e muitos comes e bebes com os produtos da terra, já que é genuinamente em sua essência uma festa de colheita e não pode faltar batata doce assada na fogueira, milho verde e comidas derivadas deste produto. No RS como não poderia deixar de ser o pinhão cozido ou assado na chapa do fogão de lenha é muito apreciado. O quentão é servido para os adultos preparado com vinho, ou para crianças com suco de uva.

          Nas comunidades rurais ainda ocorre a tradição da fogueira, que é armada conforme o gosto pessoal do dono da casa ou conforme o tipo de madeira disponível. Nas cidades o fato está caindo em desuso em razão de muitos fatores que impedem sua realização .

          Uma pequena lenda explica a origem das fogueiras de São João. Conta-se que as primas Isabel e Maria estando ambas a espera de um filho, e morando longe uma da outra, combinaram que a que primeiro desse à luz avisasse a outra através de uma fogueira que deveria ser acesa em frente à casa da mãe. Como Isabel ganhou João Batista em 24 de junho, fez arder uma fogueira en frete à sua casa para que de longe sua prima ficasse sabendo do nascimento de seu filho. Desde então o aniversário de São João é comemorado com fogueiras.

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