segunda-feira, 28 de março de 2016

CRENDICES E SUPERSTIÇÕES - Profª Paula Simon Ribeiro

          Em todas as épocas o homem sempre acreditou no sobrenatural, sempre atribuiu à forças ocultas os fatos que fugiam ao seu conhecimento científico. Consequentemente teve medo e procurou conhecer e dominar estas forças.
Entre as sobrevivências que fazem parte de nosso acervo cultural, herdado de nossos antepassados, está este mundo mágico, povoado de crenças no sobrenatural, de misticismo, superstições, rezas fortes, simpatias, promessas e como não poderia deixar de ser, da vontade de manipular estas forças invisíveis.

          As origens das crendices e superstições são tão antigas como o próprio homem, fazem parte de seu cotidiano e o acompanharam através dos tempos adaptando-se conforme o momento ou as situações nas quais o homem esteve e está inserido.

          As crendices e superstições de modo geral não estão vinculadas à alguma religião (oficial ou popular), mas a pessoa que crê, segue um pouco de cada religião de acordo com suas necessidades e/ou interesses imediatos. Faz promessa para os santos da Igreja, faz novenas e acende velas em altar próprio em casa, frequenta a Umbanda ou Batuque, acompanha procissões, benze-se ao passar em frente a igrejas, usa guia de Orixás, não passa embaixo de escadas, usa um breve para proteger-se e um pé de coelho no chaveiro para atrair a sorte, teme gato preto e vira a vassoura atrás da porta para espantar visita incomoda.

           Popularmente os termos crendice e superstição são usados indistintamente, entretanto, para o Folclore, existe uma diferença fundamental. Ambos referem-se  a crenças ilógicas em coisas ou fatos que não são explicados cientificamente, mas quando estes fatos envolvem temor trata-se de superstição . Nesta classificação estão incluidos os "não presta" (não presta cuspir no fogo, não presta dormir com os pés para a porta da frente, etc).

          Getúlio César (1) define Crendice como "crença incongruente e insólita gerada pelo medo doentio de pessoas que possuem religiosidade exaltada", e classifica os diferentes tipos de crendices em esquema simples, que facilita o estudo das mesmas.

          Simplificando:  crenças sem fundamento logico e sem explicação cientifica. Quando esta crença envolve medo é classificada como superstição.
As crendices e superstições geram ritos, atos e atitudes para "ajudar a sorte", tais como amuletos religiosos (objeto que se supõe possa imunizar o portador de qualquer maleficio) : reliquia, bentinho, medalha milagrosa, escapulario, fitas etc.

          Ou amuletos profanos : figa, chifre, ferradura, patuá, talismã, mascote, breves etc.

          As crenças exacerbadas levam ao devocionismo, que é a crença dirigida a um objeto especifico: pedidos, carta corrente, oferendas bents ou votivs, ex-votos, rezas milagrosas, rezas forçosas, benditos cruzes em estradas etc.

1 - CESAR, Getulio. Crendices, suas origens e classificação. RJ, DAC/MEC

Curso de Folclore - Horários e Conteúdo Programático

CURSO DE INTRODUÇÃO AO FOLCLORE GAÚCHO - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Dia 1º de abril (sexta-feira)
18:00 horas - Abertura oficial
Aula Magna com Professora Dra. Maria Eunice Maciel  / CGF/URGS
Confraternização

Dia 2 de abril de 2016  Manhã   (sábado)
08:30/09:30  - Conceito e Teorias do Folclore  - Culturas Populares:  Profª  Paula Simon– CGF/FSH
09:30/10:15  -  Convenção da Diversidade Cultural:  Prof. Ivo Benfatto – CGF/FSH
10:30/12:30 - Origem e formação étnica do gaúcho – contribuição das etnias formadoras. Prof. Rogerio Bastos CGF/MTG .
12:30/14:00 – Intervalo almoço
14:00/16:00  – Introdução à Antropologia – Profª Dra. Maria Eunice Maciel CGF/UFRGS
16:00 / 16:15 – intervalo
16:15/17:00 -Festas Religiosas Tradicionais: Navegantes, Medianeira, São Jorge, Santa Rita, Romarias e Procissões com Prof. Ivo Benfatto - CGF/FSH
17:00/18:00 - Festas  Juninas – Festas do Ciclo Natalino (Natal e Ano-Novo) – Profª Neusa Secchi CGF/FSH

Dia 3 de abril de 2016 - (domingo)
8:30 /10:15 – Música folclórica  - Prof.ª Dra. Cristina Rolim Wolffenbüttel - CGF/FSH
10:15 - intervalo
10:30/12:30  – Música Regionalista – Prof. Me. Vinicius Brum - FIGTF
12:30- 14:00 – Intervalo para Almoço
14:00/15:00 - Folguedos Populares - Painel
Terno de Reis e Divino Espírito Santo – Prof.ª  Paula Simon – CGF/FSH
Cavalhadas – Prof.ª Neusa Secchi - CGF
Congadas, Quicumbi– Prof.ª Maria Marques - CGF
15:00/16:15 -Religiosidade Popular- Painel
Cultos e devoções populares - Prof.ª Paula Simon e Prof.ª  e Neusa Secchi CGF/FSH
16:15 - intervalo
16:30/18:00  – Arte e Artesanato Gaúchos - Painel
Generalidades sobre arte e artesanato - Prof.ª Neusa Secchi  - CGF/
Artesanato campeiro em couro  – Prof. Octavio Capuano CGF/FSH


Dia 9 de abril – (sábado)
8:30/09:30 - Gastronomia gaúcha - comidas, bebidas e condimentos. –Prof. Octavio Capuano CGF/FSH
9:30 /10:15 – Folclore e Turismo – Carlos Augusto Silveira Alves CGF
10:30/12:30 –  Cancioneiro popular - Trova-Repente – Prof. Paulo R.de Fraga Cirne  - CGF
                                                   
12:30/14:00 – Intervalo para almoço
14:00/16:15  – Literatura Oral – Prof. Ivo Benfatto CGF/FSH Mitos e Lendas – Profª Paula Simon CGF/FSH
16:15 intervalo
16:30/17:30 - Enigmas populares (ditos, provérbios, trava-línguas, pregões) – Prof.ª  Neusa Secchi - 17:30/18:00  - Adivinhas – Profª Paula Simon CGF/FSH

Dia 10 de abril de 2016 domingo
08:00/09:00  - Brincar no século XXI - Era eletrônica, Importância do brinquedo para a criança, Usos e costumes infantis - Profª Neusa Secchi
09:00/12:00 – Painel
Crendices e Superstições: Prof.ª Paula Simon
 Ritos e práticas mágicas – Profª Neusa Secchi
10:15 /10:30 intervalo
10:30/11:30- Rezas e Benzeduras – Profª Elma Santana
11:30/12:30 - Medicina Popular –  Professores Ivo Benfatto/ Prof. Octávio Capuano CGF/FSH
12:30/14:00 - Intervalo
14:00/16:00 - Introdução à pesquisa folclórica - Equipe da CGF
Conceituação e aspectos gerais da pesquisa
Modalidade da pesquisa folclórica
Técnicas da pesquisa folclórica
16:15 intervalo
     
 16:30 - Continuação do Painel
Relatório da pesquisa: processamento de dados, análise e interpretações.
16:00/16:30 - Projeto Pesquisa Folclórica
16:30/18:00 - Estudo de caso – Profª Sonia Siqueira Campos CGF
18 hs . Encerramento

sexta-feira, 18 de março de 2016

Inscrições para o Curso de Folclore irá até dia 30 de março

          Fique atento ao limite das inscrições para o curso de folclore gaúcho promovido pela Comissão Gaúcha de Folclore. A data limite será dia 30/03 - pelo e-mail comissaogauchadefolclore@gmail.com com deposito na seguinte conta:
CONTA COMISSAO GAUCHA DE FOLCLORE
Banco 237 BRADESCO
Agencia 1401-0
CC 20088-3. 
CNPJ 02.279.554/0001-03

domingo, 6 de março de 2016

Comissão Gaucha de Folclore tem novo vice-presidente


MITOS - A BRUXA

Os mitos podem ser universais, nacionais ou locais.

         Os mitos universais mais conhecidos são os que se referem à criação do mundo, aos astros, estrelas, à criação do homem, da mulher, do fogo, da água, do fogo fátuo, enfim aos fatos da natureza.Os mitos de modo geral vieram com os primeiros povoadores, que por sua vez os receberam como herança cultural de seus antepassados. Aqui foram recriados pelo imaginário popular, adquiriram características próprias e hoje estão incorporados ao nosso acervo cultural.

          Um dos mitos universais mais conhecidos e de  maior área de abrangência é o da bruxa, que explica os "poderes sobrenaturais de algumas mulheres."
Segundo a crença sempre que um casal tem sete filhas consecutivamente, a sétima será bruxa. Esta sina pode ser evitada se a irmã mais velha batizar a mais nova. Na concepção popular a mulher que tem relações espúrias com o com o padre ou com o padrinho de um filho torna-se bruxa. Em outras regiões acredita-se que se torna mula sem cabeça, outro mito muito forte na zonas rurais no Brasil. (Neste caso o mito exerce uma função moralizadora, evitando traições e atos indignos.)

          A bruxa possui uma grande arma, que é o "olho grande", e usa este poder para fazer mal, em outros casos ela nem sabe que o possui, mas sempre que elogia algo ou alguém, acontece um fato desagradável, a criança adoece, as plantas murcham etc.. As grandes vitimas da bruxa são as crianças, as plantas ou animais pequenos, diz o povo que ela suga a vida da criança pelo umbigo,a criança vai minguando, ficando fraquinha, pálida e pode até vir a morrer. Quando a criança "sofre" deste mal folclórico, o remédio também folclórico é colocar figas aos pés e na cabeceira da cama do nenê e rezar três Ave-Marias as 6hs da manhã e a 6 hs da tarde por três sextas feiras seguidas. Até o sétimo dia a criança não deve ficar no escuro, deve-se sempre conservar uma pequena lampada (ou vela) acesa . Um "breve" feito com alho no pescocinho da criança a protege da bruxa e de outros males.

           Para descobrir o nome da bruxa que embruxou a criança, a mãe, a madrinha ou a avó deve dizer três vezes no ouvido da criança o nome da pessoa que quem suspeita. Se for a própria, a criança tem um estremecimento. Para desembruxar, espeta-se alfinetes numa roupinha do nene e soca-se no pilão. A bruxa sentirá as dores e ficará moída por muitos dias.

           A bruxa europeia é uma mulher feia com uma verruga no nariz e voa numa vassoura. No RS não necessariamente é feia, pode até ser moça e bonita, mas tem poderes maléficos. Não possui vassoura mas pode voar. Quando quer voar, transforma-se numa enorme borboleta preta e peluda que pode passar pelos buracos de fechaduras.

          Na campanha de noite a bruxa anda a cavalo e trança as crinas dos cavalos, ela monta o chefe da tropa, galopa toda a noite e a tropa acompanha. quando amanhece os animais estão cansados e suarentos.

          A imaginação popular é muito fértil e sempre que não tem explicação para algum fenômeno explica através do sobrenatural.