Nessa terça, 30 de outubro de 2018, Paulinho Pires se bandeou para a querência do além, encerrando, por aqui, sua profícua existência depois de semear muita música e sentimentos por onde andou, e por onde já andamos e por onde muitos continuarão a andar. Grande poeta, compositor, instrumentista, intérprete, autor de mais de duas centenas de canções com temáticas regionais e boêmia, destacou-se também utilizar um serrote se carpinteiro como um instrumento musical, que encantou muitas e muitas plateias. É compositor dessa joia do cancioneiro gauchesco “Súplica do Rio”, apresentada na longínqua 8ª Califórnia da Canção, é considerado “o primeiro grito ecológico” dos festivais gaúchos.
Muitos de nós, membros da Comissão Gaúcha de Folclore, tivemos a honra de tê-lo como amigo próximo, sevando a oportunidade de conhecê-lo como uma das pessoas mais doces que brindava a todos com sua generosidade, com sua grande e envolvente maneira de ser. Seus amigos todos, dentre os quais incluímos nossas famílias, sentiremos muito a ausência de Paulinho entre nós, mas temos todos a certeza de que ele está muito tranquilo, tocando seu serrote, espargindo gotas de carinho para todos que tivemos o privilégio de dizê-lo AMIGO.
Como membros da Comissão Gaúcha de Folclore, nos aliamos ao grande número de amigos e admiradores da arte do compositor e amigo que partiu, e nos somamos ao músico, poeta e compositor Marco Araújo, na bela homenagem que faz ao Paulinho em forma de versos, que abaixo transcrevemos.
Estamos tristes com a partida do Paulinho, mas confortados pelo patrimônio artístico cultural que nos deixou como legado, que estará, para sempre, disponível para encantar as gerações futuras.
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Lá Vai Paulinho Pires
Marco Araújo
Lá vai Paulinho Pirespela noite da Cidade Baixa.
Orquestrando em pensamentos
um coral de passarinhos,
revivendo algum momento
com seu jeito de menino.
Lá vai Paulinho Pires
– solitária melodia.
Despacito em sentimento
na calçada poesia,
encantado pelos bares
de um lugar sem fantasia.
Vai sereno, vai tranqüilo,
peregrino em romaria.
Como um rio de sua infância
que no tempo se recria,
águas doces que se encontram
no amanhecer de cada dia.
Lá vai Paulinho Pires,
lá vai Paulinho Pires!
De serrote e violinha,
lá vai Paulinho Pires,
descobrindo estrelas,
procurando luas!
“Uma lembrança ao poeta, cantor e compositor da velha guarda nativista Paulinho Pires, exímio “tocador de serrote”.
Marco Araujo
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