quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

CRENDICES DE ANO NOVO


                                    por  Paula Simon Ribeiro

           As comemorações de Ano Novo estão inseridas dentro do ciclo natalino, que vai de 25 de dezembro a 6 de janeiro, representando a festa profana deste período essencialmente religioso.

           Desde a antiguidade acredita-se que cada ano é um ciclo ao qual as pessoas estão ligadas, bem como a fertilidade da terra e dos animais e até mesmo a nossa sorte e prosperidade. Assim sendo, cada ano que finda e outro que se inicia representam o fim e o início de um ciclo, semelhantes a um ritual de magia. Por este motivo procuramos ter uma boa despedida e uma boa entrada.

            Nesta época em que universalmente predomina o clima de festa o espirito de renovação é o mesmo em qualquer parte do mundo. Cada povo tem seu modo peculiar de festejar esta data tão importante.

            No Brasil, herdeiro de traços culturais de inúmeros povos que aqui chegaram durante nossa formação histórica, formaram-se ao longo dos tempos, uma variedade de usos e costumes, que fazem desta época um emaranhado de crendices e superstições, que abrangem desde as iguarias servidas na ceia, a decoração da casa até a roupa que deve ser usada.

           O povo acredita que tudo que ocorre na noite e no primeiro dia do ano, se repetirá durante o ano todo, portanto, muito cuidado!  Nada de brigas ou desavenças! Devemos esquecer raivas e ressentimentos e começar o ano com alegria e boa vontade.

          Como todos nós somos um pouquinho (ou muito) supersticiosos, eis algumas sugestões que, seguidas à risca, nos trarão saúde, riqueza e paz.

           Para iniciar o ano com fartura na ceia da meia-noite não deve faltar um prato de lentilhas e outros cereais. Os grãos representam dinheiro. É costume fazer pacotinhos com 12 grãos (um para cada mês do ano) e distribui-los a todos os presentes na ceia. Estes pacotinhos devem ser guardados até o ano seguinte, quando serão substituídos. As antigas devem ser plantadas ou colocadas na panela quando se prepara a ceia.

           Espalhar ramos e grãos de trigo nos quatro cantos da casa. Devemos também comer frutas com grãos e uvas naturais, que se come um bago para cada mês do ano; passas, nozes e romãs nos dão a ideia da multiplicidade. Comê-las significa atrair para si progresso e fartura.

           Deve ser servida à mesa, carne de porco, que "fuça" para frente e é para frente que se quer andar, ou peixe que nada para frente e faz borbulhas dentro d’água. Carne de aves (galinha ou peru) que ciscam para trás devem ser evitadas.

           O brinde deve ser com champanhe cujas borbulhar são associadas à ideia de quantidade e prosperidade financeira, significam garantias de dinheiro em quantidades para o próximo ano.

            Para ter dinheiro o ano todo, coloca-se uma nota com o valor maior que se tiver dentro do sapato e passa-se a meia noite. Pelo mesmo motivo, subir num banquinho com o pé direito, com uma taça de champanhe na mão, formular um pedido, tomar a bebida e pular. Uma variante desta crendice ensina a subir numa cadeira e benzer-se com a rolha da garrafa de champanhe.

             Jogar todo o lixo da casa pela porta de frente, simbolizando a expulsão das cosas ruins.

             Deixar as tesouras abertas e talheres descruzados evita desentendimentos o ano todo. Se chover no primeiro dia do ano é bom sinal, a chuva lava os males e traz sorte.

            Deve-se também jogar fora o objeto mais velho que se tiver (pessoas não...). Quanto a roupa a ser usada são inúmeras sugestões. As religiões de matriz africana preferem o branco ou a cor do Orixá que vai reger o ano que está entrando.

            Popularmente acredita-se que se deve usar uma roupa nova e uma velha. Uma peça intima amarela atrai fortuna, rosa atrai amor e branco (cor de Oxalá) traz paz. Usar a calcinha pelo avesso traz sorte principalmente se for ganha de presente (comprada não vale).

            Simpatia para atrair dinheiro: deve-se reunir durante o ano moedas de pouco valor e distribuir para todas as pessoas que estão participando da ceia, até as crianças. Estas moedas devem ficar guardadas como talismãs para atrair outras de maior valor.

             Muito poderia ser dito sobre usos e costumes populares para as festas de final de ano, este texto não encerra o assunto pois cada pessoa possui seu folclore próprio , resultado das influências familiares e do meio em que vive.

              Desejamos aos leitores um 2017 próspero e feliz!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

A tradição é o presépio - Por João Carlos Paixão Cortes

A TRADIÇÃO É O PRESÉPIO

    No período de festividades natalinas, que vai de 25 de dezembro  a 06 de janeiro do próximo ano,  festeja-se o nascimento  de Cristo e a chegada dos  Reis Magos junto a manjedoura, onde nasceu Jesus, após seguir  a Estrela Guia que iluminou os caminhos à Belém. 

   O presépio, representação do nascimento de Cristo, é o símbolo do Natal, herança dos povos cristãos formadores do nosso estado, e a mais pura religiosa tradição gaúcha, o qual entendo que deveria receber a atenção dos verdadeiros tradicionalistas. 

    No mais é um cenário de neve, de renas, de trenós, e de pinheirinhos coloridos, de desenhos e figuras  caricatas  não  cristãs, que servem pra antecipar os presentes que eram recebidos com a chegada dos Reis Magos, no dia 06 de janeiro. 

    Não é tradição herdada, é tradição criada e copiada, que os meios de comunicação divulgaram e globalizaram, só isso.

          Mas, eu sigo, nos meus 89 anos, homenageando as dezenas de Terno de Reis que saem "tirando reses" neste período natalino pelo mais diferentes rincões do Rio Grande e do Brasil.

  Este ano, meu Terno Virtual destaca nos seus versos o Presépio.



           O meu Terno canta:    

      Chegada    Meu senhor, dono da casa
Peço licença pra cantar
Recebei este terno
O passado vem lembrar

Vimos lhe cantar os Reis
E também lhe visitar
Ô de casa, casa santa
Onde Deus veio habitar

Porta aberta, luz acesa
É sinal de alegria
Entra eu, entra meu terno
Entra toda a companhia.


Louvação Quando entrei nesta sala
Vi um anjo em cada canto
Vi o presépio que é obra
Do Divino Espírito Santo

E nesse presépio oculto
Tão pobre de ostentação
Veio a luz  o belo vulto
Que nos trouxe a salvação.

Já nasceu o Menino Deus
Numa lapa em Belém
Foram todos adorar
Adoraremos também

Reclinado num presépio
Cheio de glória e luz
Fruto da Virgem Maria
Era o Menino Jesus

Despedida: Vamos dar a despedida
   Como deu Cristo em Belém
   Esse terno se despede
   Até o  ano que vem.

1980 - Festival de Terno de Reis em Osório
 

            PEÇO QUE CANTEMOS EM OUTRAS CASAS ATÉ O DIA DE REIS (06 DE JANEIRO) PARA QUE REALIZEMOS A NOSSA “MISSÃO” DE “TIRAR RESES” E LOUVAR A CHEGADA DE JESUS, JUNTO AO PRESÉPIO.



João Carlos D'Avila Paixão Cortes

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

CGF outorga a Medalha Lilian Argentina

                 Com muita alegria encaminho convite para a cerimônia de outorga da Medalha do Mérito Cultural Lilian Argentina, em sua primeira edição,  para instituições e pessoas que tiveram a oportunidade de estarem presentes quando páginas da história da pesquisa e do registro de saberes e fazeres das culturas populares tradicionais do Rio grande do Sul  foram escritas, por mais de 40 anos, pela grande folclorista e pesquisadora que, para nosso orgulho, presidiu a nossa Comissão Gaúcha de Folclore, nossa homenageada, deixando vasta obra, muitos ensinamento e seguidores.

                 Será uma honra muito grande para a CGF estarmos todos unidos, seus integrantes,  para reconhecermos instituições e personalidades da cultura sul-rio-grandense outorgando, pela primeira vez, a medalha que leva o nome da nossa homenageada.

                 Contamos com o prestígio da sua presença
Dia 12 de novembro, no plenário Otávio Rocha, da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Recebam todos um abraço fraterno,

Ivo Benfatto
Presidente da CGF

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Simpatias ou Atos Intencionais - Paula Simon Ribeiro

          O homem em todos os tempos procurou dominar o sobrenatural, as forças divinas ou os santos oficiais da igreja. Para isso faz promessas e penitências, acende velas, usa talismãs, guias, santinhos e pratica muitas outras ações para alcançar seus objetivos

            Como Simpatia ou Ato Intencional podemos classificar todas os atos praticados por estas pessoas na busca da obtenção de algo de seu interesse. É uma maneira de forçar a divindade ou as forças ocultas a atenderem à própria vontade. Pode estar ligada a qualquer religião, ou a nenhuma.

           Algumas Simpatias

- Para chamar alguém que se quer ver, dá-se um grito pelo nome da mesma sob a mesa.
- Para limpar o tempo coloca-se carvão dentro de uma poça d’água.
- Para parar a chuva faz-se uma cruz de sal em frente a porta da casa.
- Para curar íngua: amarrar no lugar da íngua um saquinho com cinza e três grãos de feijão.
- Para curar berruga: na sexta-feira colocar um pedaço de carne fresca e passar em cruz até a carne ficar branca.
- Para curar dor de dente, amarrar no braço um dente de alho envolto em pano branco.
- Para rendidura no umbigo - na sexta-feira santa levar a criança num gramado e cortar a grama na forma do rosto. Quando a grama crescer e fechar novamente a rendidura fica curada.
- Para prender namorado: escrever 3X o nome do rapaz (ou moça) e o nome da pessoa interessada em cruz sobre o mesmo, dobrar o papel sete vezes e colocar num pote com mel. Colocar algodão em cima e fazer o pedido três vezes. Fechar o pote esconder para ninguém ver.
- Para que uma pessoa se enoje de outra: cortar um limão ao meio, escrever no papel os nomes desejados colocando no meio do limão, por sal e pimenta, fechar e amarrar com barbante e jogar em agua corrente.
- Para parar de fumar: colocar dois cigarros num copo com agua, deixar durante a noite e de manhã beber esta agua.
- Para crescer as unhas cortar na lua crescente.
- Para atrair namorado - no dia oito de qualquer mês derramar a metade de uma garrafa de guaraná em agua corrente dizendo " meu Santo Antonio, toma a metade deste guaraná, mas te peço que me tragas um namorado. Quando atenderes o meu pedido, dou-te a outra metade". Guardar a outra metade para cumprir a promessa.
- A mulher que não quer ter filhos, deve no dia do casamento colocar sal grosso num copo virgem, enterrar sob uma árvore dizendo: 
"quando o sal nascer, eu quero filhos."  

sábado, 3 de setembro de 2016

Em evento comemorativo a semana do folclore, CGF e FSH prestam homenagens

                 A Comissão Gaúcha de Folclore, instituição técnica na área do folclore, federada à Comissão Nacional de Folclore e reconhecida pela UNESCO, por seu Presidente, o Professor Ivo Benfatto, entregou o Diploma Moção de reconhecimento e aplauso pelo destacado e meritório comprometimento do informativo oficial do MTG do Rio Grande do Sul, o Jornal Eco da Tradição, ao longo de seus 15 anos de existência, registrando, divulgando e promovendo feitos e fatos relacionados com as culturas populares tradicionais gaúchas.

                  A Fundação Santos Hermann também homenageou os jovens talentos musicais do ENART nas modalidades violão, viola e violino. João Paulo Viana Aquino, Matheus Seballos Lameira e Christian Albarello.

                A Comissão entregou o DIPLOMA DE MÉRITO CULTURAL PROFESSORA LILIAN ARGENTINA para 35 Centro de Tradições Gaúchas, Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, Paula Simon Ribeiro, Sônia Siqueira Campos, Neusa Bonna Secchi, Marli Scholl, Octávio Souza Capuano, Joé Domingues e José Roberto Diniz de Moraes.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Comissão Gaúcha de Folclore e Fundação Santos Herrmann prestam homenagens

03 DE SETEMBRO  - 14:00 HORAS  
RECONHECIMENTO DE MÉRITO - COMISSÃO GAÚCHA DE FOLCLORE

Local: sede social da CGF - Rua  Olinda 386 – Porto Alegre

Outorga de "Diploma do Mérito Cultural Professora Lilian Argentina"
“35” Centro de Tradições Gaúchas
Fundação Instituto de Tradições e Folclore
Paula Simon Ribeiro
Neusa Marli Bonna Secchi
Joé Domingues
José Roberto Diniz de Moraes
Octávio Souza Capuano
Marli Scholl
Sônia Siqueira Campos

Comissão Gaúcha de Folclore – Fundação Santos Herrmann
Registro em Diploma Moção de Reconhecimento e Aplauso 

Vencedores do ENART - 2015

Violão: JOÃO PAULO VIANA AQUINO – DTG LENÇO COLORADO – PORTO ALEGRE – 1ª RT
Viola: CHRISTIAN LUIZ ALBARELLO – CTG UNIDOS PELA TRADIÇÃO RIOGRANDENSE – CARAZINHO – 7ª RT
Violino: MATHEUS SEBALHOS LAMEIRA – CPF PIÁ DO SUL – SANTA MARIA – 13ª RT

Comissão Gaúcha de Folclore comemora o dia do Folclore na Festa das Etnias do 35 CTG

      PARTICIPE, POIS VOCÊ É NOSSO CONVIDADO ESPECIAL 
PARA A CELEBRAÇÃO DO FOLCLORE – 2016        

    26 DE AGOSTO  - 20h
FESTA DAS ETNIAS – 35 CENTRO DE TRADIÇÕES GAÚCHAS
                             
Local: Galpão do “35” CTG – Av. Ipiranga, 5300  Porto Alegre

Grupos de danças folclóricas
“35” CTG – Grupos de danças gaúchas tradicionais – Mirim, juvenil e adulto
Grupo de Danças Gregas MeRaKi
Cadica Danças e Ritmos – danças flamenca e dança cigana
Grupo Sinuelo – Esc. Ens. Médio para Surdos Profª Lilia Mazeron/FADERS
Sociedade Libanesa,
Grupo Arallec’h de Danças Celtas
Deutsche Volkstanzgruppe “Tanz Mit Uns”  - Centro Cultural 25 de Julho
Rancho Português Galo de Barcelos -  danças portuguesas e açorianas
Brazil Estrangeiro – Cia. De Danças Negras
Grupos de Danças Italianas – Stella d’Italia

Moções de Reconhecimento e Aplauso

sábado, 20 de agosto de 2016

22 de agosto - DIA DO FOLCLORE


Paula Simon Ribeiro

           Dia 22 de agosto é comemorado universalmente o Dia do Folclore.

           Por que?

           Nesta data em 1846 a revista londrina "The Atheneum" publicou pela primeira vez, em uma carta que sob o pseudônimo de Ambrose Merton, William John Thoms sugeria a palavra Folclore para designar o estudo das antiguidades literárias, o que hoje conhecemos como literatura popular.

           Com a palavra formada por dois vocábulos: Folk-povo e Lore-saber, Thoms definia o conhecimento e estudo dos "usos, costumes, cerimônias, crenças, romances, refrões, superstições", etc.

            O início dos estudos de Folclore esteve restrito a estes aspectos da cultura espontânea e posteriormente foi ampliado, sendo que atualmente abrange a cultura material e a imaterial.

            A cultura espontânea é aquela decorrente da experiência de vida, adquirida por contiguidade, por ver fazer ou ouvir dizer. Todos somos portadores de uma bagagem de cultura espontânea adquirida no meio em que vivemos, desde a mais tenra idade com familiares e posteriormente na convivência dos parentes, amigos, colegas e na comunidade em geral. A cultura espontânea não sofre influência das instituições de educação ou culturais.

            O Brasil, país com dimensão continental possui uma variedade muito grande de manifestações de culturas populares, herança dos primeiros colonizadores, dos nativos, dos povos escravizados e de todas as etnias que para aqui vieram povoar a terra “recém descoberta”. Pela Carta do Folclore Brasileiro (releitura de 1995) Folclore e Cultura Popular se equivalem, mas em respeito a todas as influências e heranças recebidas foi estabelecido referir-se a estas manifestações como Culturas Populares (no plural).

            Esta conceituação vem sendo empregada desde a divulgação da “Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais”, publicada a partir da Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura” em sua 33ª reunião, celebrada em Paris, de 03 a 21 de outubro de 2005, na qual o Brasil foi um dos 52 países signatários e juntamente com o Canadá um dos que mais lutou para que fosse aprovada e divulgada. Foi ratificada no Brasil por meio do Decreto Legislativo 485/2006.

             Em seu capitulo IX a Carta do Folclore Brasileiro refere-se aos Grupos Parafolclóricos, que sem serem os legítimos portadores do fato folclórico, dele fazem uso para atingir objetivos estéticos, artísticos ou didáticos. Os integrantes destes grupos se organizam formalmente, aprendem com instrutores as danças ou folguedos e apresentam-se em público em shows, desfiles e/ou espetáculos.

             Desta forma contribuem para a preservação das manifestações de culturas populares, sem, no entanto, ter compromisso com a fidelidade ao fato folclórico, ou seja, em muitos momentos alterando ou modificando a coreografia ou a essência da manifestação, que geralmente em sua forma original é simples, mas quando levada a palco pode sofrer acréscimos ou supressões, (ser estilizada) para causar um maior impacto estético.

           É uma forma de preservação, mas não pode ser chamada de folclore, pois o fato só é folclore quando apresentado por seus legítimos portadores, no seu habitat natural e no período previsto. (Por exemplo, Ternos de Reis dentro do ciclo natalino, Terno Junino dentro do ciclo junino, etc.)

           Em seu parágrafo 3, este capitulo diz “os grupos parafolclóricos constituem uma alternativa para a prática e para a divulgação das tradições folclóricas, tanto para fins educativos como para atendimento a eventos turísticos e culturais”.

sábado, 16 de julho de 2016

MITOS DO BRASIL - SACI PERERÊ

Paula Simon

            Mito ameríndio, conhecido no centro do país ha quase 300 anos, teve ampliada a sua area de abrangência após a veiculação da série infantil de televisão "O sitio do pica-pau amarelo", baseado na obra de Monteiro Lobato, que por sua vez empregou elementos da cultura popular em histórias infantis.

           É descrito popularmente como negrinho de uma perna só que vive no mato, usa um calção preto, barrete vermelho com a ponta caída e fuma cachimbo. É moleque brincalhão e não faz mal a ninguém, apenas travessuras como amarrar a cauda dos cavalos, esconder objetos e outras brincadeiras de criança arteira.

           Apesar de ter uma perna só, desloca-se n mato em grande velocidade, desaparece num lugar e surge em outro distante imediatamente, Se é visto por alguém logo procura fugir, se a pessoa o vê, deve rezar um Credo (Creio em Deus), ele dá um assobio muito forte e some numa fumacinha vermelha.

          Diz-se também que o Saci vem em um redemoinho de poeira e para capturá-lo joga-se uma peneira sobre o mesmo. Não pode ser qualquer peneira, tem que ser de taquara cujo fundo seja formado a partir de uma cruzeta. É crença que se alguém  conseguir tirar-lhe o barrete torna-se seu dono e ele passa a obedecer  seu dono até conseguir apoderar-se de seu barrete novamente.

           Estudiosos do Folclore como Rossini Tavares e Julieta de Andrade o descrevem como: "Saci Pererê, Sererê ou Saperê,  negrinho de uma perna só, com barrete na cabeça e cachimbo na boca que se diverte em criar dificuldades na casa, nos campos e caminhos ermos". Para Câmara Cascudo "Pretinho, uma perna só, um olho só, mão furada, fuma cachimbo, assobia fortemente, esconde objetos" .

           Há unanimidade no barrete vermelho, que lhe confere invisibilidade.
Em Portugal existe o mito do "Fradinho da mão furada" que também possui barrete semelhante. Na mitologia indígena segundo Santa Ana Nery, o Mati-Taperê é um anãozinho coxo.

           O mito foi se transformando nos centros urbanos e tende a desaparecer, entretanto nas regiões afastadas, na zona rural ainda persiste.

          Este mito aparece na Argentina na região de Missiones e arredores, como Yasi Yateré,  como um pequeno homem loiro de cabelos longos. Anda despido e usa um grande chapéu de palha. Leva nas mãos um bastão de ouro que lhe confere poderes mágicos. Aparece nas "siestas" (horas de descanso após o almoço) e durante estas horas quentes faz correrias pelos campos, muitas vezes assustando o gado que se espalha também em correrias.

          Alguns estudiosos dizem que é de origem guarani, outros acham que é de origem brasileira.

          Difícil precisar sua pátria de origem, já que os estudiosos não possuem uma conclusão definitiva, a crença está espalhada por ampla zona da America que abrange Brasil, Paraguai, Argentina e Chile . Muda de nome em outras províncias, aparece como Casy Saperê, Yasi Yateré, Cacy Taperé e outros. Dizem que seu nome é a onomatopeia do canto de um pássaro, de onde vem seu nome, e quando canta ou assobia, desperta o medo nas pessoas que o escutam.

MITOS DO RS - O Angoera


                                           Paula Simon

           Para o Folclore MITO é um ser imaginário que tem alguma ação, ou seja, o mito faz alugma coisa, aparece, faz estripulias como o Saci Pererê, assusta alguem como o lobisomem, surge sobre as águas como as sereias, cuida das árvores como o curupira, suga a vida dos bebês e trança as crinas dos cavalos como a bruxa e muitos outros mais.

           Alguns mitos povoam a imaginação de nossa gente e em muitos lugares por este Rio Grande afora aparecem assustando, cuidadno de alguma coisa ou protegendo um lugar como o Mbororé, ou apenas divertindo-se como o Angoéra.
                                           
 ANGOÉRA

           Havia no Pirapó, região missioneira um índio muito valente. Mas o que tinha de valente tinha de arredio e esquivo. Era um homem triste que não gostava da companhia de outros seres, vivia escondendo-se nos matos, parecendo um fantasma, daí o seu nome, Angoéra.

            Não queria saber de contato com os missionários jesuítas e não passava nem perto das reduções. Mas tanto os padres fizeram e tentaram, que conseguiram conquistar a confiança do índio que  converteu-se a fé católica e foi batizado com o nome de Generoso.

           Com o batismo o índio que era triste ficou alegre, sociável, mudou completamente o seu temperamento e seu modo de ser, passou a gostar de festas, de danças, de música. Ficou amigo dos padres e até o fim de sua  vida permaneceu nas Missões ajudando a construir igrejas e as frequentando com toda devoção.

           Um dia já muito velho, o Senhor o chamou para junto de Si, e o índio Generoso morreu tranquilo após receber os sacramentos da igreja.

           Mas sua alma não quis ir embora, preferiu ficar por aí, procurando diversão e alegrias e , como diz Câmara Cascudo no Dicionário do Folclore Brasileiro "continua intrometido na vida da campanha gaúcha, qual um Saci Pererê cristão".

            E assim até hoje, quando uma viola tange sozinha suas cordas, uma vela se apaga com uma lufada de vento que não se sabe de onde veio, ou uma porta range sem ninguem tocar nela, sabe-se que o Generoso está por ali. Quando o gaiteiro toca uma marca bem cadenciada ele também se faz presente, podendo -se ouvir o ruido do sapateio marcado do velho índio missioneiro.

           E, de vez em quando "sopra" no ouvido do cantador estes versos que todos conhecem e que se tornou a sua marca:

           Eu me chamo Generoso/ Morador do Pirapó,/gosto muito de danças/ Com as moças de paletó

segunda-feira, 20 de junho de 2016

SANTOS DE JUNHO - São Pedro e São Paulo

          A solenidade para São Pedro e São Paulo (apóstolos e mártires) é uma das mais antigas e solenes do ano litúrgico. Desde o século IV havia o costume de celebrar neste dia três missas solenes, a primeira na Basílica de São Pedro no Vaticano, a segunda na Basílica de São Paulo fora dos Muros, e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos dois apóstolos ficaram guardadas por muitos anos para que não fossem profanadas.
          Alguns estudiosos do assunto consideram que esta devoção seja a cristianização de celebração pagã dedicada a Rômulo e Remo, os dois mitos fundadores de Roma, que teriam sido amamentados por uma loba. São considerados pela igreja os pais da Roma cristã e um antigo hino religioso os define como tal.
          Não há um consenso sobre a época exata da morte destes santos, mas a história coloca o fato entre os anos 64 e 67 da era cristã.
       Para o folclore festeja-se São Pedro como o chaveiro do céu e protetor dos pescadores, dos marinheiros e das viúvas. É festejado com procissões em terra e na água.
          Seu símbolo litúrgico é uma chave e a sabedoria popular diz que para entrar no céu somente pela intercessão deste São Pedro.
        Diz-se que era pescador e que um dia estando pronto para exercer seu oficio encontrou Jesus Cristo que o convidou para segui-lo e ser um "pescador de almas". Pedro o seguiu mudando o rumo de sua vida. Antes da Ascenção, ou seja, antes de subir aos céus Jesus o nomeou chefe da Igreja e comparando os homens com um rebanho, mandou que Pedro cuidasse de todas as ovelhas e cordeiros. Assim foi feito, tornando-se Pedro o primeiro Papa da Igreja Católica. Foi um dos discípulos mais estimados de Jesus Cristo e todos os papas até o momento atual o sucederam.
         É prestigiado como padroeiro do Estado no Rio Grande do Sul.
São Paulo - Saulo de Tarso da Silícia também foi um dos apóstolos de Jesus. Antes de se converter ao cristianismo perseguiu e matou cristãos, até que a caminho de Damasco teve uma visão, Jesus em meio a intensa luz lhe perguntou: "Paulo por que me persegues?" A emoção e a claridade o cegaram por três dias, quando recuperou a visão converteu-se ao cristianismo e seguiu o Mestre pregando a palavra de Deus.
       Foi martirizado e morto, seu corpo foi colocado na mesma catacumba ao lado de São Pedro. É o menos festejado dos santos de junho.
Professora Paula Simon Ribeiro

domingo, 5 de junho de 2016

SANTOS DE JUNHO - São João

Paula Simon Ribeiro
São João Batista

          Primo de Jesus Cristo, filho de Isabel e Zacarias, nasceu em Judá. Os pais já idosos não esperavam mais ter filhos, pois Isabel tinha "o ventre fechado" como se dizia à época. Quando o anjo Gabriel avisou-os que teriam um filho, o pai não acreditou e foi castigado pelo anjo que o deixou mudo até o dia do nascimento da criança. O nascimento do precursor foi fixado para tres meses após a Anunciação e seis meses antes do Natal.

           Quando o menino nasceu, ao ser perguntado que nome lhe daria, Zacarias recuperou a fala e respondeu que seria João que significa "Deus é propício".
João foi o profeta que recebeu a missão de anunciar e preparar a vinda de Jesus é chamado "O Precursor".  João Batista batizou Jesus Cristo nas águas do Rio Jordão e pregou o arrependimento e a remissão dos pecados.

          Morreu decapitado por ordem de Herodes, na Palestina em 29 de agosto do ano 31 d.C.

          Por razões bíblicas é representado como criança de cabelos cacheados com um cordeiro nos braços. Na liturgia é representado por um cordeirinho e uma cruz com uma faixa branca com os dizeres "Eis o Cordeiro de Deus".
"São João chora, chora,/ Lágrimas de prata fina,/ pois lhe fugiu o cordeiro,/ por aquela serra acima"...

         Conforme a tradição o Santo adormece no dia de seu aniversário e só acorda no dia seguinte, passadas as festas. Se ele acordar, vendo o clarão das fogueiras em sua homenagem, não vai resistir e virá à terra brincar também, o que provocaria uma confusão geral e o mundo incendiaria.

         Outra explicação popular é que São Joãozinho costumava dizer  que no dia de seu aniversário iria fazer tantas fogueiras que atearia fogo ao mundo, e sua mãe preocupada o fez dormir um grande sono na véspera, só acordando um dia depois de seu aniversário. Por isto até hoje se diz que quem dorme demais está com "dormideira de São João"  .

         "São João adormeceu,/ aos três dias acordou.../Acorda João acorda!/ que teu dia já passou..."

          A tradição das fogueiras é muito antiga e em carta de perdão de D. Afonso V datada de 1451, vem citado o costume de saltar fogueiras na véspera de São João.

          A igreja cooptou para si o hábito popular de fazer fogueiras em homenagem aos deuses pagãos e no início do cristianismo surgiu pequena lenda explicando a origem destas fogueiras.

         Conta-se que as primas Isabel e Maria, estando ambas grávidas e morando distantes da casa uma da outra, combinaram que a que primeiro desse à luz avisasse a outra através de uma fogueira que deveria arder em frente à casa , para que de longe sua prima ficasse sabendo do nascimento de Seu filho. Isto aconteceu... e desde então o aniversário de São João é comemorado com fogueiras.

        Encontramos em pesquisas na região do litoral  muitas quadrinhas em louvor a São João, algumas de nítida origem portuguesa:

"Donde vindes , São João,/ Que vindes tão orvalhado?/Venho de batizar o Cristo,/ Cristo ficou batizado".

"Donde vindes, São João/ que cheiras a macela?/ Venho do rio Jordão/onde tem uma capela".

"Que lindo batizado/ lá no rio Jordão,/ São João batizou Cristo,/e Cristo a São João".

"De onde vens São João? /pelo campo sem chapéu/ Venho ver as fogueira/ que se fizeram no céu"

"La vem São João,/ com Maria pela mão/ São João é cravo roxo/ Maria manjericão".

           O povo português acredita que a noite de São João é mágica e que nesta noite todos os encantos se quebram, tesouros escondidos reaparecem e o orvalho apanhado antes do nascer do sol tem propriedades medicinais.

           É também um momento propício a adivinhações para  o futuro, ou com quem vai casar:
- Escrever o nome de diversos candidatos (as) em pequenos papéis , dobra-los e colocar em uma vasilha com água. O papel que amanhecer aberto indicará o nome do futuro noivo (a).Uma variante: colocar ao sereno.
- Plantar três dentes de alho à noite cada um com um nome , o que tiver brotado na manhã seguinte será o escolhido.
- Enterrar até o cabo uma faca nova no tronco de uma bananeira. Antes do sol raiar retirar a faca e nela estará escrito o nome do eleito para casar.
- Para adivinhar com quem vai casar deve-se pingar gotas de cera de vela numa bacia com água. Os pingos solidificando vão formar o nome do noivo (a). Se aparecer um navio ou avião é prenúncio de viagem. Se formar-se um caixão mortuário é prenúncio de morte.
- Num pedaço de papel pingar algumas gotas de tinta e dobrar o papel em quatro partes, deixando no sereno. De manhã abre-se o papel e o desenho formado indica o futuro da pessoa, aparece a  um avião ou navio indicando viagem, um desenho lembrando um casamento, ou a figura da morte.
- Colocar num prato com água duas agulhas que nunca foram usadas, fazer um pedido e aguardar . Se as agulhas se juntarem o pedido será atendido, se ficarem afastadas, a resposta é negativa.

          Existem ainda muitas outras provas e sortes praticadas da noite de São João, variando a cada região.

          Antigamente havia a tradição de na noite de São João, logo após acender a fogueira, soltar balões . Acreditava-se que os balões levariam recados e pedidos de graças ao santo. Atualmente este costume está em desuso, os balões ao cair em lugares muito povoados ou em matas,  podem provocar incêndios e outros acidentes. entretanto, mesmo proibidos em algumas regiões a tradição persiste, apesar de ser crime previsto pelo Código Florestal desde 1965.

          As comidas tipicas da festa junina são os produtos da terra e seus derivados: batata doce assada nas brasas da fogueira, pinhão, bolo de milho, canjica , pé de moleque e o tradicional quentão que não pode faltar.

domingo, 29 de maio de 2016

Santos padroeiros de junho - Santo Anotnio

           Fernando de Bulhões, nasceu em Lisboa em 15 de agosto de 1195 e morreu em Arcela, perto de Pádua em 13 de junho de 1231. Foi canonizado em 1232 pelo Papa Gregório IX, é conhecido como Santo Antonio de Pádua ou de Lisboa. Por ocasião do sétimo centenário de seu nascimento o Papa Leão XIII declarou-o "il santo di tutto il mondo".

           É padroeiro das mulheres e combateu tudo que pudesse prejudicar a estrutura familiar. Nunca aceitou a inferiorização das mulheres dentro do casamento e defendeu os valores familiares e humanos.

           Em Portugal é muito forte a devoção a este santo e em sua homenagem são realizadas novenas, trezenas, procissões, quermesses com mastro e bandeiras, bem como ocorre a distribuição de pãezinhos bentos após as missas. Esta tradição persiste no Brasil em nossos dias.

           Foi um santo soldado e teve patentes militares no Brasil Colônia, chegando a receber soldo de militar que a Igreja recebia até início do século XX.
Santo casamenteiro das moças, (das velha é São Gonçalo do Amaranto). Em seu dia moças casadouras (e moços também) fazem promessas e simpatias.

Algumas crendices para achar marido:
- Tirar o Menino Jesus de seus braços.
- Virar o Santo de frente para a parede.
- Tirar o resplendor e colar uma moeda com cera na tonsura.
- Pendurar a imagem pelo pescoço dentro d'água.
- Castigar de qualquer forma.
- Na véspera do dia do Santo, olhando no espelho com uma vela na mão, rezando uma Salve Rainha poderá ver-se o rosto do futuro marido ou o espírito da morte.
- Guardar um pouco da comida que comeu durante o dia, deixando num pratinho. À noite em sonhos verá o rosto do futuro marido que virá alimentar-se .
Oração para achar marido
Meu Santo Antônio querido/ Eu vos peço por quem sois/ Dai-me o primeiro marido/ Que outro eu arranjo depois.
Meu Santo Antônio querido/ Meu santo de carne e osso/ Se não me deres marido/Não tiro voce do poço.

        O Santo ajuda também a encontrar objetos perdidos.

        Oração para procurar coisas perdidas:
        Santo Antônio pequenino, se vestiu e se calçou. Sua Mãe lhe perguntou: onde vais Antoninho? Vou procurar........que.......não achou.
Deve-se rezar esta oraçãozinha dizendo qual objeto se procura e o nome da pessoa interessada. enquanto procura-se o objeto perdido.
É infalivel.
Reza forte

          Santo Antônio dos cativos, vós que sois um amarrador certo, amarrai por vosso amor, quem de mim quer fugir, empenhai o vosso hábito e vosso santo cordão como algemas fortes e duros grilhões, para que impeçam os passos de ...........que de mim quer fugir, e fazei ó meu bem aventurado Santo Antônio, que ele case comigo sem demora.
Ave Maria cheia de graça.......até o fim.

         Oração para pedir a benção do Santo
         Que Santo Antônio me defenda de todos os perigos, afaste de mim e de meu lar todas as atribulações, me proteja em todos os meus empreendimentos, me inspire na prática do bem e me ajude a alcançar a vida eterna. Amém.
Oração a Santo Antônio

         Glorioso Santo Antônio, que tivestes a sublime dita de abraçar o menino Jesus, alcançai-se deste mesmo Jesus, a graça que vos peço e vos imploro do fundo do meu coração (pede-se a graça). Vós que tendes sido tão bondoso para com os pecadores, não olheis para os poucos méritos de quem vos implora, mas antes fazei valer ao vosso grande prestigio junto a Deus para atender meu insistente pedido. Amém.

         Caracteristicas do Santo
- Tinha o dom de pregar e ser entendido por todos os estrangeiros.
- Em Rimini falou para os peixes quando os homens não o quiseram ouvir.
- Veio em espírito a Lisboa, fazendo o cadaver de um assassinado inocentar seu pai Martim de Bulhões, acusado do crimie. O cadaver fez sinais com a mão e com a cabeça.
- Acredita-se que o Menino Jesus o visitava com frequencia.
- Em Portugal sua imagem encontra-se nos mais variados locais e caminhoso.
- Tem fama de encontrar objetos perdidos, roubados ou esquecidos, o objeto só é achado se não estiver além de um rio, neste caso a oração é ineficaz. O rio provoca o esquecimento.
- O Santo só concede graças se uma oferenda lhe é feita no momento do pedido.

Reunião Festiva e de estudos da CGF

           A Comissão Gaúcha de Folclore, reuni-se com seus associados, os alunos e alunas do Curso de Introdução ao Folclore/2016 para a Reunião Festiva e de estudo, referente ao 2º Quatrimestre/2016, o que foi realizada no dia 28 de maio (sábado), entre as 14:00 horas às 17:30 horas, na sede, Rua  Olinda, 368, bairro São Geraldo..

         Para que a CGF possa comemoraras últimas atividades, como o curso promovido, a inclusão de novos associados e a possibilidade de aprimorarmos o desenvolvimento dos Núcleos de Folclore nas cidades pólo do Estado, agora amparados por um estatuto recém aprovado e registrado, a diretoria promoveu este encontro.
           Novos associados foram incluidos na Comissão Gaúcha: Daniel Zardo (Veranópolis), Telma Rejane dos Santos (Santo Antônio das Missões), Stela Maris Paim Costa (Bom Jesus), Mara Gorete do Amaral (Soledade) e Renata de Cassia Pletz (são Jeronimo). Foram entregues os Certificados aos palestrantes e apoiadores do Curso de Introdução ao Folclore: Paula Simon Ribeiro, Maria Eunice Maciel, Ivo Benfatto, Paulo Roberto Fraga Cirne, Rogério Bastos, Octávio Capuano, Neusa Marli Bonna Secchi, Cristina Wolffenbüttel, Vinicius Brum, Carlos Augusto Silveira Alves,, Elma Sant’Ana, Sonia Siqueira Campos.

          Foi feita um avaliação do 1º Curso de Introdução ao Folclore Gaúcho, realizado em parceria com a Fundação Santos Herrmann e o IGTF, Renata de Cássia Moraes Pletz falou sobre a obra e vida de Simões Lopes Neto, uma especialista no escritor (materia especial no Opinião do Eco da Tradição de junho) e logo após um coquetel de confraternização

Fotos: Arquivo de Daniel Zardo.

Festas Juninas - Por Paula Simon Ribeiro

          As festas juninas são universais,  tão antigas quanto a humanidade e assumem características próprias nas comunidades onde são praticadas.

          Tem sua origem nos cultos agrários dos povos da antiguidade, que ao fim das colheitas reverenciavam seus deuses agradecendo os produtos da terra e pedindo novas safras abundantes.

          Muito antes do cristianismo, os povos primitivos acendiam fogueiras com as quais homenageavam a deusa Ferônia, cujos devotos eram os camponeses, em louvor a esta deusa pagã pessoas "de alma pura" caminhavam sobre as brasas da fogueira.

         Na Europa o ciclo junino coincide com o solstício de verão, período de termino das colheitas e de preparação da terra para novas plantações. Gregos e romanos homenageavam os deuses  agrários com fogueiras,  estes usos foram difundidos pelos legionários romanos chegando assim a Portugal.

          Recebemos esta tradição de nossos povoadores portugueses e em nosso país demos continuidade a mesma adaptando-a aos nossos usos e costumes e ao nosso calendário. Estas festas espalharam-se por todo o território brasileiro, algumas características se perderam com o tempo e outras foram modificadas e outras ainda acrescentadas.

          O ciclo junino ocorre de 13  a 29 de junho e traz em seu contexto herança de povos antigos e elementos de civilizações já desaparecidas. Com o advento do cristianismo a igreja católica cooptou para si as festas deste ciclo, os deuses pagãos foram substituídos pelos do  hagiológico católico romano surgiram lendas sobre os santos de junho e as comemorações fundiram-se adquirindo fisionomia própria .

          No RS as festas são menos expressivas, o aspecto religioso é privilegiado, em muitas comunidades no RS os santos do ciclo são homenageados com novena, missa, distribuição de pães, procissões (diurna, noturna e motorizada), fogos de artificio e fogueira. Quermesses com brincadeiras e provas como pau-de-sebo, leilões, jogos diversos e muitos comes e bebes com os produtos da terra, já que é genuinamente em sua essência uma festa de colheita e não pode faltar batata doce assada na fogueira, milho verde e comidas derivadas deste produto. No RS como não poderia deixar de ser o pinhão cozido ou assado na chapa do fogão de lenha é muito apreciado. O quentão é servido para os adultos preparado com vinho, ou para crianças com suco de uva.

          Nas comunidades rurais ainda ocorre a tradição da fogueira, que é armada conforme o gosto pessoal do dono da casa ou conforme o tipo de madeira disponível. Nas cidades o fato está caindo em desuso em razão de muitos fatores que impedem sua realização .

          Uma pequena lenda explica a origem das fogueiras de São João. Conta-se que as primas Isabel e Maria estando ambas a espera de um filho, e morando longe uma da outra, combinaram que a que primeiro desse à luz avisasse a outra através de uma fogueira que deveria ser acesa em frente à casa da mãe. Como Isabel ganhou João Batista em 24 de junho, fez arder uma fogueira en frete à sua casa para que de longe sua prima ficasse sabendo do nascimento de seu filho. Desde então o aniversário de São João é comemorado com fogueiras.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Reunião Festiva da CGF

CONVITE 
REUNIÃO FESTIVA E DE ESTUDO – 28 DE MAIO
14:00 – 17:30 horas


Caros e caras associados da Comissão Gaúcha de Folclore,
Caros alunos e alunas do Curso de Introdução ao Folclore Gaúcho,

A Comissão Gaúcha de Folclore, com satisfação, convida seus associados, os alunos e alunas do Curso de Introdução ao Folclore/2016 para a Reunião Festiva e de estudo, referente ao 2º Quatrimestre/2016, o que se realizará no dia 28 de maio (sábado), no período de 14:00 horas às 17:30 horas, em nossa sede, Rua  Olinda, 368, bairro São Geraldo..

Para que possamos comemorar nossas últimas atividades, como o curso promovido, a inclusão de novos associados e a possibilidade de aprimorarmos o desenvolvimento dos Núcleos de Folclore nas cidades pólo do Estado, agora amparados por um estatuto recém aprovado e registrado, precisamos nos encontrar mais vezes. Para tanto, é muito importante sua presença, que esperamos seja confirmada como resposta a esta mensagem, o mais breve possível, para que possamos bem recebê-los..

PAUTA DA REUNIÃO

14:00 - Abertura da Assembleia  Festiva e de estudo
14:10 - Cerimônia de admissão dos novos associados: Daniel Zardo (Veranópolis), Telma Rejane dos Santos (Santo Antônio das Missões), Stela Maris Paim Costa (Bom Jesus), Mara Gorete do Amaral (Soledade)
14:20 – Construção de calendário de reuniões mensais para estudo de temas relacionados ao folclore.
14:30 - Avaliação do 1º Curso de Introdução ao Folclore Gaúcho, realizado em parceria com a Fundação Santos Herrmann.
15:00 - Entrega de Certificados aos palestrantes e apoiadores do Curso de Introdução ao Folclore: Paula Simon Ribeiro, Maria Eunice Maciel, Ivo Benfatto, Paulo Roberto Fraga Cirne, Rogério Bastos, Octávio Capuano, Neusa Marli Bonna Secchi, Cristina Wolffenbüttel, Vinicius Brum, Carlos Augusto Siolveira Alves,, Elma Sant’Ana, Sonia Siqueira Campos.
15:15 - Estudo: “ Literatura Oral:  a obra de Simões Lopes Neto.
16:45 – Confraternização – coquetel campeiro.

   Prof. Ivo Benfatto
Presidente CGF

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Crendices e Superstições parte II

          O instinto supersticioso é generalizado e não apenas das camadas sócio - econômicas e culturais menos privilegiados. Pessoas de todas as idades, sexo e condição social possuem em maior ou menor intensidade algum tipo de crença que a lógica não explica. Muitas destas crenças são anteriores ao cristianismo e são atuais, ainda em pleno século XXI.

          Segundo Câmara Cascudo "dificilmente haverá outra superstição de maior universalidade que a valorização simbólica do lado direito e do lado esquerdo do homem..."

          Até mesmo na religião católica percebe-se esta predileção pelo lado direito. Referindo-se à morte de Cristo, uma oração diz: "subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai todo Poderoso..."

          O lado direito é o "lado nobre”, ficar à direita do anfitrião na mesa de refeições é uma posição de honra, já o lado esquerdo não é desonroso, porém, é inferior. O lado direito é considerado o lado bom e forte, o esquerdo da desgraça. Direito vem de destro, destreza. Esquerda vem de sinistra, catástrofes, perigos e perdas, é considerado o lado fraco.

          Assim, se queremos ter um bom dia, devemos sempre levantar com o pé direito. Ao entrar em qualquer recinto também imprescindível usar este pé.
Na política, conceito universal, diz-se que são de direita os conservadores, de esquerda os reacionários,

           Na Roma e Grécia antigas os bons augúrios vinham pela direita. Num tempo em que os viajantes iam e vinham a pé, de carruagem ou a cavalo, pássaros pousados em arvores à direita eram bom presságio, pousados a esquerda significavam mau agouro.

           No mundo ocidental a esquerda, canhota ou sinistra indicava má sorte ou desgraças. A pessoa canhota era malvista e as famílias obrigavam crianças canhotas a usarem a mão direita, em muitos casos até mesmo amarrando a mão esquerda. Atualmente os avanços científicos e pedagógicos amenizaram este quadro comprovando que não há demérito neste fato particular.

           Aberto Santos Dumont (1873/1932) quando construiu sua casa em Petrópolis /RJ, onde residiu desde 1918, teve cuidado de fazer os degraus de tal forma que obrigasse o início da subida ou da descida com o pé direito, ou seja, há somente metade do degrau o que obriga a colocação do pé na posição que traz sorte.

           O lado direito é o lado masculino, da virilidade, é o lado formador dos homens. Assim é comum se ouvir dizer: "é um homem correto, direito..."
Para adivinhar o sexo do nenê que vai nascer (antes da existência de ecografia) solicitava-se a uma gestante para mostrar a mão sem dizer qual.Se mostrasse a mão direita esperava um menino, se mostrasse a esquerda seria menina. Esta crendice era vigente 4 séculos AC conforme registrou Hipócrates, o Pai da Medicina

          Se o nenê dentro do útero materno se mexe mais do lado esquerdo é menina, ao contrário, se mexer mais do lado direito é menino.
Estudos realizados nas obras de Hipócrates denunciam em seus escritos seu pensamento de que o lado esquerdo é o da feminilidade, e o lado direito é o da masculinidade.

          Pelo sim, pelo não a crença sobre o pé ou mão direita persistem através dos tempos.

  Paula Simon Ribeiro

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Comissão Gaúcha de Folclore estará presente no Seminário promovido pelo CTG Tiarayu

          A professora Paula Simon Ribeiro e o vice-presidente da CGF, Rogério Bastos estarão, juntamente com a presidente do Instituto Escola do Chimarrão, Liliane Pappen, fazendo palestras CTG Tiarayu no dia 17 de abril.

Curso de Folclore foi um sucesso

Registro do colega Daniel Zardo
          O Curso de Folclore Gaúcho, promovido pela Comissão Gaúcha de Folclore, com apoio  do Movimento Tradicionalista Gaúcho, Fundação Santos Hermann, Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore e Memorial do Rio Grande do Sul encerrou no último final de semana,
          Foram 40 horas de aula, com diversos professores, abordando temas pertinentes ao folclore do estado. O curso incluiu ainda, iniciação à pesquisa folclórica. Mas de 25 alunos participaram ativamente do curso, que deixou o gostinho de "quero mais", segundo eles. A última aula encerrou com uma foto chamando para a promoção virtual, "vem pro mate".

Iniciados preparativos para segunda edição do #vempromate #pelapazmundial

          O desafio virtual #vempromate #pelapazmundial realiza sua segunda edição de 16 a 24 de abril. A iniciativa tem por objetivo comemorar o Dia do Chimarrão, dia 24 de abril, em seus aspectos de amizade e hospitalidade.

          Na prática, o internauta publica uma foto mateando, com as hashtags #vempromate #pelapazmundial na mídia social de sua escolha, e chama seus amigos a se juntarem à roda virtual de chimarrão. No ano passado o desafio teve mais de 15 mil participantes, a grande maioria do Rio Grande do Sul, mas também do exterior, onde as iniciativas foram capitaneadas principalmente pelos Centros de Tradição Gaúcha.

           Os organizadores são o Movimento Tradicionalista Gaúcho, Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, Instituto Escola do Chimarrão, Comissão Gaúcha de Folclore e Estância da Poesia Crioula.


domingo, 3 de abril de 2016

Começou o Curso de Folclore Gaúcho - Primeiro passo para a Interiorização da CGF

           Iniciou nesta sexta feira, dia 01 de abril, no Memorial do Rio Grande do Sul, o Curso de Folclore Gaúcho promovido pela Comissão Gaúcha de Folclore, em parceria com o IGTF, A Fundação Santos Hermann, o MTG, e o Memorial do Rio Grande do Sul.
          Antropólogos, doutores,mestres, folcloristas formaram a equipe de palestrantes do curso.A aula inaugural foi dia 01 de abril, as 18h com a Antropóloga, professora doutora, Maria Eunice Maciel. O curso  conta ainda com a professora Paula Simon Ribeiro,  Ivo Benfatto,  Elma Santana, Octávio Cappuano  Rogério Bastos  Cristina Rolim, Vinicius Brum, Neusa Secchi  entre outros.
          Nilza Lessa, viúva do Saudoso Barbosa Lessa, se fez presente na abertura do evento e foi muito assediada pelos alunos para registro fotográfico.

Sábado - 02/04/2016 - primeiro dia "pegado" de aula

            E o sábado foi assim:
         - Conceito e Teorias do Folclore  - Culturas Populares:  Profª  Paula Simon– CGF/FSH
         -  Convenção da Diversidade Cultural:  Prof. Ivo Benfatto – CGF/FSH
           - Origem e formação étnica do gaúcho – contribuição das etnias formadoras. Prof. Rogerio Bastos CGF/MTG .
           – Introdução à Antropologia – Profª Dra. Maria Eunice Maciel CGF/UFRGS
           -Festas Religiosas Tradicionais: Navegantes, Medianeira, São Jorge, Santa Rita, Romarias e Procissões com Prof. Ivo Benfatto - CGF/FSH
          - Festas  Juninas –  Profª Paula Simon - CGF/FSH


                                               Domingo - 03/04/2016 - 

          Aula de musica Folclórica com a professora Doutora Cristina Rolim e de musica Regionalista, com Mestre Vinicius Brum, Presidente do IGTF.

segunda-feira, 28 de março de 2016

CRENDICES E SUPERSTIÇÕES - Profª Paula Simon Ribeiro

          Em todas as épocas o homem sempre acreditou no sobrenatural, sempre atribuiu à forças ocultas os fatos que fugiam ao seu conhecimento científico. Consequentemente teve medo e procurou conhecer e dominar estas forças.
Entre as sobrevivências que fazem parte de nosso acervo cultural, herdado de nossos antepassados, está este mundo mágico, povoado de crenças no sobrenatural, de misticismo, superstições, rezas fortes, simpatias, promessas e como não poderia deixar de ser, da vontade de manipular estas forças invisíveis.

          As origens das crendices e superstições são tão antigas como o próprio homem, fazem parte de seu cotidiano e o acompanharam através dos tempos adaptando-se conforme o momento ou as situações nas quais o homem esteve e está inserido.

          As crendices e superstições de modo geral não estão vinculadas à alguma religião (oficial ou popular), mas a pessoa que crê, segue um pouco de cada religião de acordo com suas necessidades e/ou interesses imediatos. Faz promessa para os santos da Igreja, faz novenas e acende velas em altar próprio em casa, frequenta a Umbanda ou Batuque, acompanha procissões, benze-se ao passar em frente a igrejas, usa guia de Orixás, não passa embaixo de escadas, usa um breve para proteger-se e um pé de coelho no chaveiro para atrair a sorte, teme gato preto e vira a vassoura atrás da porta para espantar visita incomoda.

           Popularmente os termos crendice e superstição são usados indistintamente, entretanto, para o Folclore, existe uma diferença fundamental. Ambos referem-se  a crenças ilógicas em coisas ou fatos que não são explicados cientificamente, mas quando estes fatos envolvem temor trata-se de superstição . Nesta classificação estão incluidos os "não presta" (não presta cuspir no fogo, não presta dormir com os pés para a porta da frente, etc).

          Getúlio César (1) define Crendice como "crença incongruente e insólita gerada pelo medo doentio de pessoas que possuem religiosidade exaltada", e classifica os diferentes tipos de crendices em esquema simples, que facilita o estudo das mesmas.

          Simplificando:  crenças sem fundamento logico e sem explicação cientifica. Quando esta crença envolve medo é classificada como superstição.
As crendices e superstições geram ritos, atos e atitudes para "ajudar a sorte", tais como amuletos religiosos (objeto que se supõe possa imunizar o portador de qualquer maleficio) : reliquia, bentinho, medalha milagrosa, escapulario, fitas etc.

          Ou amuletos profanos : figa, chifre, ferradura, patuá, talismã, mascote, breves etc.

          As crenças exacerbadas levam ao devocionismo, que é a crença dirigida a um objeto especifico: pedidos, carta corrente, oferendas bents ou votivs, ex-votos, rezas milagrosas, rezas forçosas, benditos cruzes em estradas etc.

1 - CESAR, Getulio. Crendices, suas origens e classificação. RJ, DAC/MEC

Curso de Folclore - Horários e Conteúdo Programático

CURSO DE INTRODUÇÃO AO FOLCLORE GAÚCHO - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Dia 1º de abril (sexta-feira)
18:00 horas - Abertura oficial
Aula Magna com Professora Dra. Maria Eunice Maciel  / CGF/URGS
Confraternização

Dia 2 de abril de 2016  Manhã   (sábado)
08:30/09:30  - Conceito e Teorias do Folclore  - Culturas Populares:  Profª  Paula Simon– CGF/FSH
09:30/10:15  -  Convenção da Diversidade Cultural:  Prof. Ivo Benfatto – CGF/FSH
10:30/12:30 - Origem e formação étnica do gaúcho – contribuição das etnias formadoras. Prof. Rogerio Bastos CGF/MTG .
12:30/14:00 – Intervalo almoço
14:00/16:00  – Introdução à Antropologia – Profª Dra. Maria Eunice Maciel CGF/UFRGS
16:00 / 16:15 – intervalo
16:15/17:00 -Festas Religiosas Tradicionais: Navegantes, Medianeira, São Jorge, Santa Rita, Romarias e Procissões com Prof. Ivo Benfatto - CGF/FSH
17:00/18:00 - Festas  Juninas – Festas do Ciclo Natalino (Natal e Ano-Novo) – Profª Neusa Secchi CGF/FSH

Dia 3 de abril de 2016 - (domingo)
8:30 /10:15 – Música folclórica  - Prof.ª Dra. Cristina Rolim Wolffenbüttel - CGF/FSH
10:15 - intervalo
10:30/12:30  – Música Regionalista – Prof. Me. Vinicius Brum - FIGTF
12:30- 14:00 – Intervalo para Almoço
14:00/15:00 - Folguedos Populares - Painel
Terno de Reis e Divino Espírito Santo – Prof.ª  Paula Simon – CGF/FSH
Cavalhadas – Prof.ª Neusa Secchi - CGF
Congadas, Quicumbi– Prof.ª Maria Marques - CGF
15:00/16:15 -Religiosidade Popular- Painel
Cultos e devoções populares - Prof.ª Paula Simon e Prof.ª  e Neusa Secchi CGF/FSH
16:15 - intervalo
16:30/18:00  – Arte e Artesanato Gaúchos - Painel
Generalidades sobre arte e artesanato - Prof.ª Neusa Secchi  - CGF/
Artesanato campeiro em couro  – Prof. Octavio Capuano CGF/FSH


Dia 9 de abril – (sábado)
8:30/09:30 - Gastronomia gaúcha - comidas, bebidas e condimentos. –Prof. Octavio Capuano CGF/FSH
9:30 /10:15 – Folclore e Turismo – Carlos Augusto Silveira Alves CGF
10:30/12:30 –  Cancioneiro popular - Trova-Repente – Prof. Paulo R.de Fraga Cirne  - CGF
                                                   
12:30/14:00 – Intervalo para almoço
14:00/16:15  – Literatura Oral – Prof. Ivo Benfatto CGF/FSH Mitos e Lendas – Profª Paula Simon CGF/FSH
16:15 intervalo
16:30/17:30 - Enigmas populares (ditos, provérbios, trava-línguas, pregões) – Prof.ª  Neusa Secchi - 17:30/18:00  - Adivinhas – Profª Paula Simon CGF/FSH

Dia 10 de abril de 2016 domingo
08:00/09:00  - Brincar no século XXI - Era eletrônica, Importância do brinquedo para a criança, Usos e costumes infantis - Profª Neusa Secchi
09:00/12:00 – Painel
Crendices e Superstições: Prof.ª Paula Simon
 Ritos e práticas mágicas – Profª Neusa Secchi
10:15 /10:30 intervalo
10:30/11:30- Rezas e Benzeduras – Profª Elma Santana
11:30/12:30 - Medicina Popular –  Professores Ivo Benfatto/ Prof. Octávio Capuano CGF/FSH
12:30/14:00 - Intervalo
14:00/16:00 - Introdução à pesquisa folclórica - Equipe da CGF
Conceituação e aspectos gerais da pesquisa
Modalidade da pesquisa folclórica
Técnicas da pesquisa folclórica
16:15 intervalo
     
 16:30 - Continuação do Painel
Relatório da pesquisa: processamento de dados, análise e interpretações.
16:00/16:30 - Projeto Pesquisa Folclórica
16:30/18:00 - Estudo de caso – Profª Sonia Siqueira Campos CGF
18 hs . Encerramento

sexta-feira, 18 de março de 2016

Inscrições para o Curso de Folclore irá até dia 30 de março

          Fique atento ao limite das inscrições para o curso de folclore gaúcho promovido pela Comissão Gaúcha de Folclore. A data limite será dia 30/03 - pelo e-mail comissaogauchadefolclore@gmail.com com deposito na seguinte conta:
CONTA COMISSAO GAUCHA DE FOLCLORE
Banco 237 BRADESCO
Agencia 1401-0
CC 20088-3. 
CNPJ 02.279.554/0001-03

domingo, 6 de março de 2016

Comissão Gaucha de Folclore tem novo vice-presidente


MITOS - A BRUXA

Os mitos podem ser universais, nacionais ou locais.

         Os mitos universais mais conhecidos são os que se referem à criação do mundo, aos astros, estrelas, à criação do homem, da mulher, do fogo, da água, do fogo fátuo, enfim aos fatos da natureza.Os mitos de modo geral vieram com os primeiros povoadores, que por sua vez os receberam como herança cultural de seus antepassados. Aqui foram recriados pelo imaginário popular, adquiriram características próprias e hoje estão incorporados ao nosso acervo cultural.

          Um dos mitos universais mais conhecidos e de  maior área de abrangência é o da bruxa, que explica os "poderes sobrenaturais de algumas mulheres."
Segundo a crença sempre que um casal tem sete filhas consecutivamente, a sétima será bruxa. Esta sina pode ser evitada se a irmã mais velha batizar a mais nova. Na concepção popular a mulher que tem relações espúrias com o com o padre ou com o padrinho de um filho torna-se bruxa. Em outras regiões acredita-se que se torna mula sem cabeça, outro mito muito forte na zonas rurais no Brasil. (Neste caso o mito exerce uma função moralizadora, evitando traições e atos indignos.)

          A bruxa possui uma grande arma, que é o "olho grande", e usa este poder para fazer mal, em outros casos ela nem sabe que o possui, mas sempre que elogia algo ou alguém, acontece um fato desagradável, a criança adoece, as plantas murcham etc.. As grandes vitimas da bruxa são as crianças, as plantas ou animais pequenos, diz o povo que ela suga a vida da criança pelo umbigo,a criança vai minguando, ficando fraquinha, pálida e pode até vir a morrer. Quando a criança "sofre" deste mal folclórico, o remédio também folclórico é colocar figas aos pés e na cabeceira da cama do nenê e rezar três Ave-Marias as 6hs da manhã e a 6 hs da tarde por três sextas feiras seguidas. Até o sétimo dia a criança não deve ficar no escuro, deve-se sempre conservar uma pequena lampada (ou vela) acesa . Um "breve" feito com alho no pescocinho da criança a protege da bruxa e de outros males.

           Para descobrir o nome da bruxa que embruxou a criança, a mãe, a madrinha ou a avó deve dizer três vezes no ouvido da criança o nome da pessoa que quem suspeita. Se for a própria, a criança tem um estremecimento. Para desembruxar, espeta-se alfinetes numa roupinha do nene e soca-se no pilão. A bruxa sentirá as dores e ficará moída por muitos dias.

           A bruxa europeia é uma mulher feia com uma verruga no nariz e voa numa vassoura. No RS não necessariamente é feia, pode até ser moça e bonita, mas tem poderes maléficos. Não possui vassoura mas pode voar. Quando quer voar, transforma-se numa enorme borboleta preta e peluda que pode passar pelos buracos de fechaduras.

          Na campanha de noite a bruxa anda a cavalo e trança as crinas dos cavalos, ela monta o chefe da tropa, galopa toda a noite e a tropa acompanha. quando amanhece os animais estão cansados e suarentos.

          A imaginação popular é muito fértil e sempre que não tem explicação para algum fenômeno explica através do sobrenatural.