Formulário para ser preenchido Inscrição do Curso
https://forms.gle/KdNp36gkizB5RePi7
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Cc 0020088-3
CNPJ: 02.279.554/0001-03 Chave pix
Formulário para ser preenchido Inscrição do Curso
https://forms.gle/KdNp36gkizB5RePi7
O Curso de Folclore Gaúcho promovido pela Comissão Gaúcha de Folclore será realizado entre os dias 19 e 24 de abril (semana de aniversário da entidade). Nos dias de semana, será das 20h às 22h, e no sábado, a partir das 8h da manhã. Haverá certificação emitida pela Comissão Gaúcha (para quem tiver 75% de frequência e assim quiser). O curso é aberto ao público e direcionado para quem quer conhecer mais sobre nossa diversidade cultural.
O formulário para ser preenchido com os dados de quem quiser se inscrever para o curso estará em nossa FANPAGE e em nosso BLOG – com opção de anexar o comprovante de depósito, pagamento ou Pix. O prazo de inscrição é de 31/03 até dia 16 de abril.
Investimento: R$ 60,00 (sessenta reais) Geral - R$ 30,00 (trinta reais) para membros da CGF interessados em fazê-lo.
As aulas serão ministradas pela plataforma ZOOM - uma parceria da CGF com a CBTG (alunos receberão o acesso). No dia 23 de abril, dia do aniversário da CGF, a aula será transmitida ao vivo pela página da Comissão no facebook, desde as 19h, quando a diretoria estará realizando o ato de posse de forma virtual.
O curso é uma parceria da Comissão Gaúcha de Folclore, Fundação Santos Herrmann, Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha e da Comissão Nacional de Folclore, juntamente com os professores, profissionais e artistas de cada área das culturas populares do Rio Grande do Sul.
No dia 31, às 20h, na FANPAGE da CGF (facebook.com/comissaogauchadefolclore) será lançada a programação oficial e abertas as inscrições.
Os objetivos do curso:Ampliar os conhecimentos sobre as culturas populares do Rio Grande do Sul, procurando diferenciar Tradicionalismo, Folclore, Tradição, Nativismo, entre outros conceitos muito presentes em nosso dia a dia;
Entender a importância do Folclore na educação;
Compreender como repassar nossos usos, costumes, crenças e tradições às gerações tão ligadas nas novas tecnologias;
Conhecer nossas músicas, danças, lendas, mitos, festas, folguedos para não confundir com o tradicionalismo gaúcho, tão forte e presente na vida dos gaúchos;
Trazer para o convívio da Comissão Gaúcha de Folclore novos membros interessados no estudo, na pesquisa e difusão das culturas populares do nosso estado.
Aos professores: Buscar transmitir orientações sobre a aplicação do Folclore no processo de ensino.
No domingo, dia 28, o presidente da CGF, Rogério Bastos, falou sobre o curso no programa Galpão Crioulo, da Rádio Gaúcha, com José Alberto Andrade. E nesta quarta, 31, na Rádio Clarim Farrapo, de Caxias do Sul, com o comunicador Márcio Welliur Gomes. Odilon Ramos, em seu programa noturno, Rádio Web Campo a Fora, divulga também a Comissão Gaúcha e suas atividades.
" Hoje, 31 de março, comemoramos o aniversário de uma pessoa muito importante, não somente para mim, mas também para a Música, Educação Musical e os estudos em torno do Folclore e da Música Folclórica.
Rose Marie Reis Garcia, a nossa querida Rose!
Tive a oportunidade de conhecê-la lá nos idos de 1985, quando eu ingressei nos estudos da Música, no Instituto de Artes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Na ocasião, como por bênção, já no primeiro semestre era-nos ofertada a disciplina de Folclore Brasileiro I, brilhantemente ministrada pela querida Rose! Em algumas ocasiões estava conosco a igualmente querida e saudosa, Professora Ilka d’Almeida Santos Herrmann! Que dupla maravilhosa”!
Apaixonei-me na primeira aula pelo conteúdo do Folclore (grafo, aqui, com maiúsculo, diferenciando o fato folclórico – folclore, da ciência – Folclore) e, claro, pela condução dos encontros. Rose relembrou-nos da importância da cultura do povo e, assim, do folclore, inebriando-nos com tudo o que falava, como se fosse uma linda história que, a cada aula, nos contava.
Há algum tempo, em 7 de dezembro de 2004, Rose deixou-nos. Triste? Claro! É sempre muito difícil a separação física para nós! Quando amamos, queremos estar juntos, desfrutando as alegrias do compartilhamento da vida cotidiana.
Mas, com certeza, Rose continua fazendo suas pesquisas no Plano Espiritual. Ela nunca parava, não dormia e, também não comia quando estava escrevendo, pesquisando! A querida filha, Liane Rose que o diga, não é? Um verdadeiro ato criativo!
O espírito leva consigo os conhecimentos deste plano, e Rose, com certeza, levou um grande cabedal consigo. Sinto-a comigo, no cotidiano, muitas vezes inspirando-me, ajudando-me e, principalmente, dando-me forças, pois andarilhar na seara da pesquisa e, principalmente, da pesquisa em torno do folclore, não é fácil! Algumas pessoas entenderão minhas palavras!
Hoje, portanto, é momento de comemorar aqui na Terra, seu aniversário! E Rose, no Plano Espiritual, também comemora, com sua alegria e seu lindo sorriso, com que sempre me recebia onde quer que estivéssemos. Tal a alegria e brilho do Bumba-meu-Boi, que compartilhamos, outrora, em São Luís, no Maranhão. Rose brilha e vibra com amor e luz!
Longa vida espiritual, Rose! E nós, que ainda aqui estamos na Terra, possamos seguir adiante, firmes, em prol dos estudos em torno da Música e do Folclore!
Obrigada pelo tempo em que estiveste conosco! Seja feliz!"
A professora relembrou que o 1° Congresso Internacional de Folclore aconteceu em Paris em 1936 e, já naquela época, se afirmava que o Folclore deveria ser dado junto com todas as disciplinas, como a história, a antropologia ou a sociologia, inclusive nas Universidades, pois o objetivo principal é preparar o professor.
De acordo com a palestrante, a escola, os professores e a comunidade precisam trabalhar em conjunto e devem levar os jovens a resgatar, a valorizar e a fortalecer a sua identidade regional , resguardando o conhecimento dos antepassados, que não ficam registrados em livro, mas são passados de geração em geração. “O professor deve ter conhecimento básico sobre Folclore e adaptá-lo de acordo com o nível de seus alunos”, explicou Neusa Secchi. “É preciso aproveitar cada disciplina para integrar o Folclore”.
As ações da Comissão Gaúcha de Folclore prosseguem no dia 31 de março, às 20h, em sua página no Facebook, quando a entidade inaugura o programa Saberes & Fazeres – O Folclore em Foco. Nessa mesma noite, também será lançado o Curso de Folclore Gaúcho, aberto ao público em geral. As aulas vão ser realizadas on line entre 19 e 24 de abril, através da plataforma Zoom, com os maiores especialistas na área.
Em 23 de abril, data de seus 73 anos, a entidade fará a posse da nova diretoria, culminando com uma aula magna, eventos que poderão ser acessados através da fanpage da CGF no Facebook.
(https://www.facebook.com/ComissaoGauchadeFolclore/)
Diversões no Rio Grande Antigo – Baile de Preto e baile de Branco - Parte IV
Além destes, havia os eventos pastoris, tais como correr eguada, marcação e castração. As classes mais simples sempre tinham como referência as classes mais abastadas. Com isso, os negros e peões imitavam e assimilavam as danças de seus patrões e as dançavam em seus próprios bailes, nos galpões das estâncias ou em ramadas específicas feitas para isso.
No interior de Vacaria-RS, especificamente na antiga Capela da Areia, na “costa” dos Rios Socorro e Pelotas, existiram dois salões de baile, um específico para pessoas de pele “branca” e outra para de pele “preta.” Os proprietários destes eram o casal Olímpia de Medeiros Branco da Silva e Francisco Olivério da Silva, bisavós do escritor.
Com relação a isso Eron Vaz Mattos, em seu livro Aqui, Memorial em olhos d’água, traz preciosas informações:
“Por esse tempo os bailes eram totalmente discriminatórios, ou melhor, branco não dançava em bailes de preto e vice-versa; somente os músicos podiam ser brancos ou pretos. Toda a pessoa que apresentasse qualquer característica, por mínima que fosse, imediatamente era apartada para um lado ou para outro.”
A recreação é necessidade universal. Um de seus maiores efeitos é a higiene mental. Constata-se que a gente do interior abomina a austeridade, combate a melancolia e põe de lado a solenidade. O tédio não encontra guarida na índole das pessoas de nosso estado, que amam a vida social e preza os divertimentos.
Final.
Fragmentos retirados do Livro Ensaios do Povo Gaúcho | Cristiano Silva Barbosa.
As Festas e os Folguedos foram os temas do terceiro encontro do Seminário Interno da Comissão Gaúcha de Folclore, realizado on line na noite de segunda (22/03), com a presença de grande parte dos associados. As palestras ficaram a cargo dos professores Ivo Benfatto e Paula Simon Ribeiro, ambos com extenso currículo pessoal, especialmente na área do Folclore. Estiveram presentes na atividade o Presidente da Comissão Nacional de Folclore, Severino Vicente e membros de outras comissões estaduais.
Paula Simon e Ivo Benfatto |
Entre as principais festas religiosas, como Natal e Páscoa, o palestrante falou sobre os Santos Reses, a Festa de Navegantes, a procissão de Corpus Christi e a Festa do Divino Espírito Santo, cujo culto completa 200 anos no Rio Grande do Sul em 2021.
Paula Ribeiro, a segunda palestrante, apresentou as festas, as cerimônias e os rituais. De acordo com a professora, as festas podem ser profanas, religiosas, fixas ou móveis. Também falou sobre os Folguedos ou autos folclóricos, citando, como exemplo, os Ternos de Reis, as Cavalhadas, a Folia do Divino, a Congada, ou Maçambique e o Quicumbi – Ensaio de Promessa.
A professora abordou as festas juninas, quando se comemora os dias de Santo Antônio, São João, um dos mais reverenciados, e São Pedro, padroeiro do Rio Grande do Sul. As festas juninas não são prioridade nossa, mas são universais e assumem características próprias de suas comunidades. Em relação às fogueiras, normalmente são acesas logo que o sol se põe, antes ou depois da reza, mas sempre antes da meia-noite. Não se utiliza o cedro, a imbaúba e a videira na fogueira, pois são consideradas madeiras sagradas.
O seminário prossegue no dia 29 de março, às 20h, on line, com a palestra da professora Neusa Marli Bonna Secchi, que vai falar sobre Brinquedos e Brincadeiras Folclóricas e o Folclore na Escola, sob a mediação de Renata Pletz.
No dia 31 de março, na fanpage da Comissão Gaúcha de Folclore no Facebook, acontecerá a estreia do programa em podcast Saberes & Fazeres – O Folclore em Foco, mesma data do lançamento do Curso de Folclore para o público externo, que inicia em abril, mês dos 73 anos da entidade.
Dante de Laytano | Porto Alegre, 23 de março de 1908 — Falecido também, na capital, dia 18 de fevereiro de 2000. Foi um juiz, professor, jornalista, folclorista, historiador e escritor.
Cumprindo com seu papel de informar e instrumentalizar seus membros, a Comissão Gaúcha de Folclore, no ano que completa 73 anos de existência, promove um curso rápido e prático de uso das redes sociais e internet.
Sob a tutela de um profissional da área de Tecnologias da Informação, cuja empresa é totalmente voltada para o Marketing Digital e estratégico de performance, Jeandro Garcia se colocou, pela segunda vez, a disposição da CGF para atender as dúvidas dos seus membros. O curso é gratuito e para tirar dúvidas.
Serviço:
O que: Curso rápido e pratico de redes sociais e internet
Quando: Terça-feira, 23 de março às 20h - meeting
Público: Membros da Comissão Gaúcha de Folclore - Gratuito
Roberto Basso - CBTG |
Desde que assumiu as rédeas da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha, o presidente Roberto Basso (MT) tem procurado prestar apoio à cultura gaúcha e às entidades representativas deste segmento, oferecendo suporte e tecnologia para manter conectados os quatro cantos do Brasil. Em agosto de 2020, em plena pandemia, forneceu subsídios para que a Comissão Gaúcha de Folclore realizasse as comemorações do dia do folclore, bem como as homenagens prestadas anualmente pela entidade.
Como a pandemia continuou e não permitiu os encontros presenciais, a CBTG colaborou, mais uma vez, com o sistema de suporte e apoio on-line para que a CGF pudesse realizar seu Curso de Folclore. Em mensagem ao novo presidente da entidade, Roberto Basso escreveu: “Parabéns Rogério por ter assumido o folclore no Rio Grande do Sul. Que desempenhes um bom trabalho para orgulhar o nosso Rio Grande. (...) Com certeza vamos ajudar e ser parceiros da CGF, só oficiar e estaremos juntos”.
Comissão Gaúcha de Folclore 2021
A Diretoria tem disponibilizado para seus membros associados:
CANAL DE ATENDIMENTO ON-LINE: Como solução de apoio aos associados e por medidas de precaução e segurança de todos contra o coronavírus (COVID-19), a CGF suspendeu os encontros presenciais, substituindo pelas reuniões 100% on-line, atendendo via e-mail e Whatsapp no grupo.
LIVES COM ESPECIALISTAS: Um seminário em formato de ´live´ com painelistas renomadas e conhecedores do assunto. O treinamento é uma das metas da atual diretoria para uma reciclagem e atualização, antes do curso. Aulas básicas de acesso e uso das redes sociais e internet.
REUNIÕES DE DIRETORIA ON-LINE: As reuniões da Diretoria estão sendo mais intensas, devido a uma série de decisões que tem que ser tomadas para o melhor andamento e sustentação da entidade.
PROGRAMA E PODCAST SOBRE FOLCLORE: A Comissão Gaúcha de Folclore realizará programetes (em torno de 45 min) contendo entrevistas ou até mesmo exposições sobre assuntos relevantes do folclore gaúcho e brasileiro. Lançamento será dia 31 de março.
CURSO DE FOLCLORE GAÚCHO ON-LINE: Depois de quatro anos passados desde o último curso (2017), a CGF abrirá inscrições e apresentará a programação do curso on-line, a partir de 31 de março. O curso transcorrerá pela plataforma ZOOM, entre os dias 19 e 24 de abril. No dia 23 de abril, aniversário da Comissão Gaúcha, será a aula Magna, abertura e com transmissão ao vivo pela página do Facebook da CGF. Aberto a todos interessados em folclore.
CRIAÇÃO DE NÚCLEOS DE PESQUISA E DA CGF NO INTERIOR – Dando continuidade ao trabalho de outras gestões, a CGF tem como meta ampliar o raio de ação de seus núcleos pelo interior.
Diretoria da CGF 2021/2023 - Ato de Posse será dia 23/04 antes da Aula Magna |
Dando continuidade, não podemos esquecer os encontros e bailes, que se realizavam após as Cavalhadas.
As Cavalhadas são uma luta simulada, na qual os participantes principais, em número de 24, representam, através de evoluções equestres e movimentos de espada, lança, pistola, uma batalha de fundo religioso entre mouros e cristãos, que acaba sendo vencida por estes, após a tomada do castelo na praça e a submissão dos mouros ao cristianismo, pelo batismo da igreja.
Os bailes eram realizados, geralmente, com a participação dos “corredores” e seus familiares, à noite.
No período da tarde, realizavam-se as diversões, com o torneio de derrubada da cabeça, a tirada da argola. Cada cavaleiro mouro e ou cristão, alternadamente, mostra sua destreza, habilidade e seu gesto de alta consideração afetiva, oferecendo a argola a alguém que está no público.
Os que recebem tal distinção recolhem-na e, em retribuição, oferecem algo ao cavaleiro participante, sendo comum espetarem dinheiro na ponta da lança. Muitas vezes há troca de gentilezas entre os namorados, sendo que o cavaleiro guarda a prenda, que retribui à namorada: uma joia, um brinco, um lenço, para à noite, no Baile dos Corredores, devolvê-la na hora da dança.
(Continua...)
Por Cristiano Silva Barbosa
O Seminário Interno de Folclore terá seu terceiro encontro na noite de segunda-feira (22/03), contando com a presença dos integrantes do quadro da da CGF.
Promovido pela Comissão Gaúcha de Folclore para seus membros efetivos e honorários, o evento trará como painelistas a professora Paula Simon Ribeiro e o professor Ivo Benfatto para tratarem do tema: Festas & Folguedos. A mediação será da professora, de Tupanciretã, Luciane Brum.
Além dos mais de 30 participantes das noites anteriores, o Seminário contará com a presença de membros da Comissão Nacional e Estaduais de Folclore. Acompanham o Seminário, ainda, as mestrandas orientadas pela professora Cristina Rolim Wolffenbüttel, Danielli Viegas e Cibele Machado, a Dra. Edinéia Pereira e o Arquiteto, poeta, escritor e compositor Diego Muller.
O último encontro será realizado na segunda-feira, dia 29 de março, às 20h, com as palestras da professora Neusa Marli Bonna Secchi. Em abril, mês em que comemora seus 73 anos, a Comissão Gaúcha de Folclore vai realizar um curso para o público externo e, em breve, terá um programa em podctast, voltado ao Folclore.
Durante duas horas, os palestrantes abordaram a literatura, os costumes, a música e os hábitos dos gaúchos, tornando o encontro ainda mais rico em Cultura.
O primeiro a falar foi o professor Gonzaga, que traçou um paralelo entre os escritores Simões Lopes Neto e Erico Verissimo. Discorreu sobre a obra do pelotense Simões e seus contos e relembrou passagens da trilogia O Tempo e o Vento, de Verissimo. Para o professor, ambos falavam dos costumes ou da história dos gaúchos, mas sempre trazendo, em primeiro plano, personagens fictícios.
Simões Lopes Neto tinha uma integração maior com a natureza, algo que não acontecia com Erico Verissimo, mas a maior semelhança entre os dois era mostrar o ser humano, com todas suas nuances.
Severino Moreira, por sua vez, abordou alguns aspectos do cancioneiro gaúcho, dos ditos populares, da medicina caseira. Falou sobre a maneira como compõe suas músicas e de que forma escreve seus contos. Para ele, o conto é universal, vai sendo criado, ouvido e modificado de pessoa a pessoa, mas o importante é que seja difundido.
Contou como surgiram algumas expressões populares, como o conhecido “pé-rapado”, que ainda designa pessoas em condições financeiras mais baixas, e citou uma série de ditados comparativos, entre eles, “Mais enfeitado que penteadeira de china”, divertindo os participantes.
Mostrou uma lista de remédios utilizados até hoje pelos gaúchos, sendo o mais antigo um polvilho para prevenir e combater assaduras, brotoejas, pruridos e frieiras, criado em 1870. Também discorreu sobre os remédios caseiros usados para piolho, coqueluche e outros males, fazendo com que cada participante do seminário lembrasse de sua infância.
O penúltimo encontro será realizado na próxima segunda-feira, dia 22 de março, às 20h, com as palestras dos professores Paula Simon Ribeiro e Ivo Benfatto. Em abril, mês em que comemora seus 73 anos, a Comissão Gaúcha de Folclore vai realizar um curso para o público externo e, em breve, terá um programa em podctast, voltado ao Folclore.
- A roda infantil é uma das primeiras manifestações do espírito associativo das crianças e, também, um veículo de transmissão das tradições através das gerações.
- Cantigas de roda, também são conhecidas como: cirandas, rondas infantis ou brincadeiras infantis onde as crianças formam um círculo, dão-se as mãos, deslocando-se para uma ou outra direção. Cantam uma música que pode conduzir à uma coreografia.
- Cantiga de roda é um tipo de canção infantil popular relacionado às brincadeiras de roda. Suas letras são simples de memorizar e recheadas de rimas, repetições e trocadilhos o que faz da música uma brincadeira.
- Não há como detectar o momento em que as cantigas de roda surgiram, já que têm autoria anônima e são continuamente modificadas, adaptando-se à realidade do grupo de pessoas que as cantam. Através das cantigas de roda conhecemos os costumes, o cotidiano das pessoas, as festas típicas do local, comidas, brincadeiras, paisagens e crenças.
- A maioria das rondas infantis veio da Península Ibérica, mas também recebemos influência de outras culturas sofrendo transformações pelo acréscimo de formas regionais determinadas pelo meio.
- As brincadeiras à semelhança de outras de cunho folclórico costumam apresentar variantes de um grupo lúdico para o outro. Entende-se por “variante” cada uma das versões de uma mesma brincadeira.
- Importante a atividade lúdica para a vivência da criança — a família, primeiro núcleo formativo da infância, precisa reconhecer a importância do brincar, não tolhendo a espontaneidade infantil.
- Cancioneiro infantil compreende a totalidade das cantigas entoadas pelos avanços em suas atividades lúdicas e que integram o universo infantil. Ex.: Cantigas de ninar, Cantigas de roda, cantigas de histórias, cantigas cumulativas. Cancioneiro é o conjunto de melodias cantadas que apresentam elementos de identificação com o grupo social que o define (Rose-Marie Reis Garcia).
- As manifestações são transmitidas pela tradição oral e o autor muitas vezes é esquecido. Exemplos: Se essa rua fosse minha; Escravos de Jó; A barata diz que tem; Prenda minha; Boi barroso.
NEUSA MARLI BONNA SECCHI
Como elemento de cultura os jogos e brinquedos estão ligados a outros aspectos como religião, trabalho, mitos e ritos. Alguns autores consideram que os jogos são mais antigos que o trabalho e fonte principal da cultura (Huizinga, 1950). Outros veem nos jogos uma deformação ou falsificação de valores de cultura, destacando-se entre eles alguns etnólogos que admitem a origem religiosa dos jogos.
O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária exercida dentro de certos limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, acompanhadas de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana (Huizinga).
Um exemplo seriam os jogos de azar, cujas origens são ritos de precisão do futuro. Nos brinquedos também encontramos algumas dessas origens: o bilboquê que foi instrumento de magia; as cirandas foram danças de adoração de uma árvore (pau de fita).
Mas, também ocorre o inverso: o “papagaio” foi, como o arco e flecha, instrumento útil.
Muitos dos jogos infantis têm por origem atividades religiosas ou mágicas, conforme ensina Chateau. O tambor, entre os primitivos, tem função religiosa e mágica; o pião também; e o “papagaio” veio do Extremo Oriente onde representava a alma.
Muitos indígenas adoravam os guizos; a boneca já foi objeto de culto. Devemos levar em conta os aspectos histórico-culturais. Os mitos antigos eram dramatizados por meio de jogos de bola.
As crianças brincam porque têm excesso de energia, segundo Spencer. As crianças brincam para descarregar suas emoções de forma catártica (Freud e Erikson); Para Piaget, o brincar é um aspecto de todo o comportamento.
Nas brincadeiras infantis há predominância de alguns jogos sobre os outros em certas épocas do ano, assim como retorno de brinquedos que poderiam ser esquecidos. No dia a dia, a criança utiliza um repertório lúdico bastante significativo e variado, representado por formuletes, jogos, rodas, entre outros.
São muitas as brincadeiras do tempo dos avós e que hoje, devido à falta de espaço físico das residências e à violência, não deixam as crianças fazer suas brincadeiras na rua. O aparecimento de brinquedos eletrônicos, leva ao esquecimento dos brinquedos e dos jogos tradicionais.
Quanto mais a criança tiver oportunidade de desfrutar a riqueza e a liberdade da fantasia da brincadeira em todas suas formas e mais se processará o seu desenvolvimento.
Sugestão para leitura: “Psicologia do Jogo e aprendizagem Infantil”, de Nelson Rosamilha.
O Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI-RN) promove com imenso prestígio o III Encontro Internacional “Direito, Cultura e Memória: Homenagem ao Professor Câmara Cascudo”, dando continuidade e oportunizando o recordatório da atuação de Câmara Cascudo como influência de diversos saberes, além de, enfatizar o seu histórico como docente jurista na disciplina de Direito Internacional.
O evento terá como público-alvo pessoas interessadas na temática e realizará sua transmissão ao vivo através da plataforma do Youtube no canal oficial do UNI-RN.
O evento ocorrerá nos dias 25 e 26 de março e contará com a participação de professores do Brasil, Portugal, Espanha e Chile, unidos na homenagem ao professor Câmara Cascudo.
Inscreva-se em: https://eventos.unirn.edu.br/sisuni/eventos/visualizar/894
Da mesma forma que as estâncias aprenderam se unir para enfrentar as guerras, também se uniram para os momentos de festas. O mesmo cavalo que antes servia para aproximar os acampamentos serve agora para aproximar salas amigas.
“...as festas que havia em grande número, eram acontecimentos simples, porém muito prestigiados e, desses, constavam carreiras ou pencas em cancha reta, as revisões de potros e as marcações, os bailes, serenatas, as surpresas, casamentos e batizados...” Eron Vaz Mattos.
Os bailes/festas surpresas foram outra expressão folclórica muito habitual no interior de nosso estado. Com antecedência, na maioria das vezes, em torno de dois meses da data de aniversário, os responsáveis pela organização combinavam como iam proceder. Toda a família e peonada se envolviam na organização da festa, e agiam de forma a entreter o aniversariante para que este não desconfiasse de nada. Os organizadores davam tudo de si para que não escapasse nada dos detalhes acordados. Carneavam uma novilha, cortavam os espetos, deixando tudo organizado para a noite. Na hora combinada iam se chegando a cavalo, de charrete, a pé e junto com eles, os músicos para alegrar a festa, e posteriormente, o baile. As famílias traziam algumas coisas para completar o jantar: vinho, licores, bolos, pão caseiro, doces, pratos, talheres, erva-mate, bandejas, panelas, além de velas e querosene para iluminar o salão.
A intenção era brincar e dançar na casa dos amigos e parentes, carneavam alguma galinha do dono da casa para fazer um gostoso arroz com galinha. Quando não dispunham de músicos, levavam as tradicionais vitrolas para dar a serenata e posteriormente dançar.
A noite transcorria singularmente alegre, com bailados, “causos” e as brincadeiras.
Continua...
O primeiro dia do Seminário Interno de Folclore, promovido pela Comissão Gaúcha de Folclore, contou com quase 40 participantes, que assistiram as aulas dos professores Ivo Benfatto e Paula Simon Ribeiro, sob a mediação de Marco Aurelio Alves. Mas não para por aqui. O evento prossegue com mais três encontros nas segundas-feiras, nos dias 15, 22 e 29 de março às 20h.
Na próxima semana, o Seminário contará com o Professor Sergius Gonzaga, graduado em Letras - Português e Literaturas (1974) e doutor em Letras, ambas pela UFRGS (2018). Atualmente é sócio proprietário e fundador da Editora Leitura XXI. Especialista em temas como literatura brasileira, análise literária, ensinamento, romance e literatura latino-americana, coordena o Projeto Universidade Aberta e a área de Literatura da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre.
Também será palestrante o mestre em culturas populares Severino Moreira, santanense da Boa Vista, mas aquerenciado em Candiota. Severino é poeta, compositor (com quatro obras discográficas e mais de 100 músicas espalhadas em outros discos), radialista, folclorista e escritor, com nove livros editados e mais de 50 prêmios e distinções recebidos, entre eles, o título de cidadão bageense. A mediação será do presidente da CGF, Rogério Bastos.
O primeiro encontro contou, além dos membros da CGF, com a participação do doutorando da Universidade de Houston - Texas/EUA, Ryan Morrison, das mestrandas, Cibele Machado Maier e Danielle Viegas Wolff Guterres, da Dra. Edinéia Pereira e do arquiteto Diego Muller (convidados). Esperamos a todos para o segundo dia do seminário. Vamos conferir o Seminário nesta segunda, dia 15.
Severino Vicente - Presidente da Comissão Nacional de Folclore
A Comissão Gaúcha de Folclore inicia hoje (8/03) seu Seminário Interno sobre Folclore, destinado aos membros aspirantes, honorários e efetivos. O encontro prossegue nos dias 15, 22 e 29 de março e vai abordar os conceitos do Folclore, da Tradição, do Tradicionalismo e da Cultura Gaúcha. Em abril, mês dos 73 anos da entidade, será realizado o Curso de Folclore on line, aberto para o público em geral.
Os participantes terão informações sobre a Literatura Regional, Mitos, Lendas e Contos, o Cancioneiro Popular, a Medicina Campeira e Povoeira, Festas e Folguedos, Cavalhadas, Congadas, Quicumbis, Terno de Reis, Maçambique, Carnaval, Festas Juninas, Brinquedos e Brincadeiras e Folclore nas Escolas, além de debater a Carta Brasileira do Folclore e as Políticas Culturais.
Entre os professores convidados, estarão Paula Simon Ribeiro e Ivo Benfatto, que fazem a abertura do Seminário com a mediação de Marco Aurelio Alves. Também participam Sergius Gonzaga, Severino Moreira e Neusa Secchi. A Comissão Gaúcha de Folclore foi fundada em 23 de abril de 1948 por Dante de Laytano, que reuniu um grupo de intelectuais, artistas e professores universitários para estudar as manifestações da cultura popular do Rio Grande do Sul. É filiada à Comissão Nacional de Folclore.
São tantas as ferramentas usada para o desenvolvimento de um processo de identidade regional e nacional que precisam ser estudadas pelo professor com vistas à seleção do que utilizar e como aproveitar em sala de aula.
Cada criança é portadora do folclore de sua família é uma imitadora. Imita a quem desperta admiração e interesse e o professor deve criar um vínculo para fortalecer e interagir na relação Aluno-Comunidade. Professor que não aproveita a bagagem, a vivência, e as necessidades de seus alunos incorre num ensino dissociado da vida real.
O folclore, entendido como cultura popular tradicional, é dinâmico e evolui com as mudanças da sociedade. Folclore é cultura-viva. As manifestações folclóricas são criações do povo, embora algumas criações não sejam espontâneas, pois foram recriadas e incorporadas às nossas tradições.
Seja qual for o critério adotado pelo professor, no sentido do conhecimento do fato folclórico como novidade, acervo ou até mesmo no aproveitamento de folclore, torna-se necessário selecionar o material, cuja técnica se fará descritivamente, recorrendo a projeções, gravações ou outros recursos.
Esses métodos utilizados pela escola, na verdade não são folclóricos, pois estão fora de seu ambiente de origem e com outros participantes, apresentando uma mudança de forma, sem serem descaracterizados, mas modificados, e devemos chamá-los de “processos de aproveitamento”.
O Projeto Pedagógico da Escola é o documento que vai definir quais são as intenções da mesma e as propostas que traçam as realizações de qualidade de trabalho e o desejo coletivo de todos os segmentos que fazem parte das necessidades da comunidade escolar.
Perdura hoje uma escola padronizada numa educação imposta pelas elites consolidando-se em termos de ser fixada basicamente pela escrita e não voltada o suficiente à cultura popular. Nem sempre o saber popular é levado em consideração ocasionando desqualificação e desinteresse.
Na relação Escola-Comunidade, os conhecimentos são transmitidos preservando apenas a hegemonia da cultura erudita, desconsiderando os saberes produzidos e preservados pela comunidade, sua memória cultural, valores, crenças e a própria história.
O trinômio: Aluno-Escola-Família, pelo seu valor interativo é uma proposta de conteúdo que deve ser trabalhada na Escola. Aproveitar iniciativas da criança, trazendo para o ambiente escolar o ensino formal dando oportunidade a família participar, enriquecendo a bagagem cultural: lendas, advinhas, quadrinhas, entre outras.
Para que ocorra uma verdadeira identidade cultural torna-se necessária a elaboração de um currículo escolar que contemple essa diversidade cultural. Neste contexto o professor é o importante agente preservador e modificador deste processo de ensino-aprendizagem.
Hoje o conhecimento está sendo gerado longe da sala de aula, tanto por pesquisadores, acadêmicos e /ou comissões de currículos, mas criado ou recriado o suficiente pelos estudantes e professores nas salas de aula.
A valorização das políticas de diversidade cultural e a inclusão de conteúdos sobre culturas populares leva a Escola, cada vez mais, dificultar o desenvolvimento, porque entendemos que a “Oralidade e a Escola” são conceitos cuja aproximação tem sido problemática.
Historicamente, consolidou-se a Escola como “um dos templos do saber fixado pela escrita”, o saber letrado das camadas sociais advindo da tradição europeia no mesmo tempo em que essa Escola rejeitava a cultura oral, própria dos povos ágrafos — aqueles que não tiveram necessidades ou oportunidades históricas de desenvolver ou servir-se da escrita.
A cultura popular tradicional produzida por camadas sociais economicamente desfavorecidas tem sido lembrada por ocasião da “Semana do Folclore”.
A Escola é, portanto, o ambiente propício para a aprendizagem do respeito pelas culturas populares, divulgadas a partir do conhecimento de suas formas de expressão, materiais e imateriais, na complexidade de suas dimensões históricas, geográficas, sociais e religiosas.
É preciso formar um público jovem interessado nas suas raízes, abertos o suficiente para redescobrir e valorizar nas grandes cidades e periferias, onde moram as grandes belezas ancestrais guardadas na memória dos pais e avós.
Na Escola o professor é o agente preservador da herança cultural da tradição do povo. Aprender com a criança para preservar e transmitir a cultura popular à sua comunidade.
A primeira, nessa sequencia de textos é o “Pixurun”.
Reunião que terminava em diversão: um encontro para realizarem em conjunto uma “empreitada”, um trabalho, num determinado dia. Os heróis das derrubadas, das roçadas, dos serviços, eram convidados, com suas famílias, para o banquete servido sobre toalhas de algodão, estendidas sobre a grama à sombra de copadas árvores. Aí, nessa doce intimidade de amigos, compadres e parentes, era banida qualquer etiqueta, respirava-se a suave atmosfera do mais cordial aconchego. Trocavam-se amistosas saudações entre os convivas até que todos, satisfeitos e confortados, passavam o resto da tarde entretidos.
Em local combinado, é servido uma grande ceia com bebidas. Durante o fandango, acompanhado de canto em dueto, “corre” de mão em mão a aguardente fervida com açúcar, numa grande caneca onde é bebida com bomba, as “preparadas” com butiá, murta, laranjinha do mato etc.
Sobre esses encontros que terminavam em fandango, Dante de Laytano, em Folclore do Rio Grande do Sul, descreve:
“Os moços acompanhados de violas, entoavam poéticos hinos de amor e saudades, singelamente revelados em cada verso cantado; os velhos, no meio das famílias, sentados na relva, fumando cigarros de palha e fumo crioulo, comentavam o trabalho do dia, o qual, graças a Deus passou sem acidentes desagradáveis. Ao cair da tarde retiravam-se os convivas para a vivenda do dono do puxirun; ai era improvisado o tradicional fandango que ordinariamente terminava no despontar do sol. Nesse serão de danças não eram somente os mais moços que se divertiam, os velhos também se confundiam na sala, orgulhosos da correção com que sapateavam o Sarrabulho, a Roda Grande e outras danças primitivas que as modernas gerações têm preterido pelas modas importadas com a civilização”.
As relações de convívio se processavam entre pessoas de mesma categoria social, isto é, entre os vizinhos de uma propriedade e outra.
Nessas diversões vê-se brotar animadamente a alegria. Todos brincam com semblante aberto. Os jovens de ambos os sexos dirigem-se mútuos gracejos com delicadeza e fino espirito, que lhes são peculiar.
Continua...